Policial sofre traumatismo craniano durante confusão após protesto em Caxias

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7a679809709f18ad5ab42142fca10f29_GDois policiais militares ficaram feridos e quatro pessoas foram presas após um confronto com manifestantes que protestavam contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff no centro de Caxias, no final da noite desta quarta-feira, dia 31.

O ato contou com a participação de aproximadamente 200 pessoas e teve início por volta das 20h30min na Praça Dante Alighieri. Os manifestantes percorreram as principais ruas do centro da cidade.

Durante a passeata, vários lugares foram alvo de pichações realizadas por algumas pessoas que faziam parte da manifestação, que até então era pacífica.

Por volta das 23h50min, uma patrulha da Brigada Militar foi acionada para acompanhar os movimentos finais do protesto e abordou um casal que estava na manifestação e que, depois da dispersão dos manifestantes, continuou a ação de vandalismo pichando vários estabelecimentos.

Na esquina das ruas Sinimbu com Dr. Montaury, os policiais abordaram o casal e foram impedidos de continuar a abordagem por um outro manifestante, que se identificou como advogado e tentou fazer uma intervenção. De acordo com o tenente Ozéias, que comandava a operação, houve desacato e o advogado precisou ser contido. “Ele não queria deixar os vândalos serem conduzidos, foi preciso usar a força”, afirmou.

Conforme informações de um manifestante, que não quis ser identificado na matéria, os policiais usaram de truculência para fazer a abordagem. “Eles já chegaram batendo. Deram nele só porque ele é preto. Não esperavam que ele fosse advogado e que daria toda essa confusão”, revela.

Ao ser contido o advogado caiu e o filho dele agrediu os soldados com um chute no rosto. Houve uma confusão generalizada e mais policiais foram chamados, para ajudar a dispersar cerca de 50 manifestantes que tentaram resgatar os pichadores que já estavam em poder da polícia.

O soldado Cristian Luiz Preto, 32 anos, e o sargento Paulo Roberto da Silva Wentz, 45 anos, ficaram feridos durante a confusão. O sargento teve três dentes quebrados durante a ação.

Já o soldado Cristian, atingido com o chute na cabeça, teve traumatismo craniano e precisou ser socorrido pelo Samu. O estado dele é considerado grave. O autor da agressão será indiciado por tentativa de homicídio.

Em contato com a reportagem do Portal Leouve, o comandante do 12º BPM, Ronaldo Bus, explicou que a ação da Brigada Militar nesse caso, foi dentro da normalidade. “Os policiais foram chamados para atender uma ocorrência de dano ao patrimônio público. Foram várias ligações para o 190, reclamando da baderna e é só ver em algumas paredes por onde a manifestação passou, que tem marcas de tinta”, confirma.

O comandante rebate a acusação de truculência e diz que a abordagem foi correta. “Não houve exagero. O rapaz que foi detido estava tentando obstruir o trabalho dos policiais militares. E esse tipo de intervenção não pode haver no nosso trabalho. Tanto é que nós temos um policial com traumatismo craniano e outro que perdeu três dentes e mesmo assim estamos sendo acusados de exagero”, contesta.

Todos os envolvidos na confusão foram levados para a delegacia de Polícia Civil e ouvidos pelo delegado plantonista Ives Trindade.