GAÚCHA: Após contratar advogado, Jardel nomeou ex-companheira do defensor para seu gabinete

17812593Cerca de um mês e meio depois, em 10 de agosto, uma advogada que é ex-companheira do defensor foi nomeada no gabinete do parlamentar para um cargo de assessoria especial II, com salário de R$ 12.969

O deputado estadual Mario Jardel (PSD) está sendo representado pelo advogado Rogério Bassotto desde junho deste ano, pouco antes da obtenção na Justiça de uma liminar que suspendeu o processo de cassação contra o parlamentar. Cerca de um mês e meio depois, em 10 de agosto, uma advogada que é ex-companheira do defensor foi nomeada no gabinete do parlamentar para um cargo de assessoria especial II, com salário de R$ 12.969. A servidora foi procurada, mas não estava na Assembleia Legislativa.

Bassotto afirma que não teve nenhuma influência na contratação, mas destaca que não há empecilhos legais para a nomeação.

“Não foi indicação minha. Sei que ela conhecia o chefe de gabinete, o pessoal que trabalhava lá há mais tempo (…) Qualquer aferição de alguém que trabalha tem que ser pelo critério técnico. Se ela trabalha ou não trabalha. Se trabalha desempenhando as funções para as quais foi contratada, não vejo problema nenhum”, relata.

O chefe de gabinete de Jardel, André Luiz Alves, diz que não conhecia a advogada e que a nomeação foi decidida pelo deputado sem consulta-lo.

“Essas nomeações, exonerações são exclusivamente feitas pelo deputado. Eu, na condição de chefe de gabinete, na maioria das vezes nem tomo conhecimento disso. Eu determino as funções”, destaca.

Subcomissão

O processo de cassação do mandato do deputado estadual Mario Jardel (PSD) foi reaberto na última semana e prevê uma oitiva dele nesta terça-feira (25). No entanto, ele não foi localizado para ser intimado. O parlamentar foi procurado no Legislativo e em casa. Sobre a contratação, o deputado Sergio Turra (PP), que analisa se há quebra de decoro parlamentar, disse que não deve pedir nova investigação, já que o grupo trabalha baseado somente em fatos já revelados. Ainda assim, critica a ação.

“Isso não está no processo disciplinar porque são fatos posteriores. Denota que ele anda entre o limite legal, moral, correto e não correto. Entre os fatos analisados sobre a quebra de decoro parlamentar, está de uma pessoa que advogou para ele com diárias pagas pela Assembleia”, conta.

Caso o deputado Jardel não compareça no depoimento desta terça-feira (25), uma nova data para a oitiva será marcada e o parlamentar poderá ser convocado através do Diário Oficial da Assembleia Legislativa.

GAÚCHA