PELOTAS: População teme assaltos e pede policiamento nas ruas

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A sensação de insegurança e o medo de ser assaltado crescem a cada dia na cidade. E o pior é que a intensidade da violência dos assaltos parece ter aumentado. A reportagem do Agora saiu novamente às ruas para saber como a população se sente. Enquanto fazia as entrevistas no Praça Dr. Pio, ficou sabendo que, instantes antes, havia ocorrido um assalto, onde dois rapazes roubaram a bolsa de uma senhora de idade. “Ela ficou perplexa, parada, sem ação”, contou o administrador Francis Trevisan, que assistiu à ação criminosa. Um outro furto, ocorrido também há poucos minutos, foi registrado em uma das lojas que vende celulares.

O administrador sofreu um assalto quando estava em Pelotas, e foi gravemente ferido. Ele recebeu uma coronhada no ouvido direito, ficando em coma por 15 dias e, hoje, está surdo do ouvido agredido.

Os comerciários que trabalham nas lojas do Calçadão dizem que furtos e até assaltos são normais no dia a dia deles. “A gente vê isso todos os dias”, disse uma funcionária. Para evitar confrontos com a criminalidade e perder objetos de valor, os trabalhadores saem todos juntos. “Saímos por volta das 19h. E saímos em caravana até a parada do ônibus, na Praça Tamandaré, para dificultar a ação dos assaltantes. É a única coisa que podemos fazer para nos proteger, porque a presença da polícia aqui não existe”, afirmaram vários funcionários.

Outros que exercem atividades no entorno do calçadão, como o taxista Luis Fernandes, não trabalham mais fora do horário comercial. “A gente ouve muitas histórias e vê muita coisa aqui no calçadão. Assaltos e principalmente furtos acontecem diariamente. Eu fico até fechar as lojas. Depois, vou embora. Prefiro assim do que me expor a um assalto”, frisou Luis.

Muitas pessoas que já foram assaltadas não esquecem da sensação de medo que passaram. Esse é o caso de Ana Pedroso, que se deslocava pelo Calçadão. Quando a reportagem do Agora se aproximou, ela segurava firmemente a bolsa, temendo um novo assalto. “Além do ladrão levar minhas coisas, ele ainda me agrediu com socos e pontapés”, contou Ana.

Como você vê hoje a segurança na cidade?

“A sensação frente a um assalto é de impotência. É horrível. A gente não sabe o que fazer e nem a quem chamar. Eu acredito que deveria haver policiamento ostensivo nas ruas. O que vejo, hoje, é uma viatura e dois brigadianos na ponta da Praça Tamandaré. Na região central, o coração da cidade, não há policiamento nenhum” – Francis Trevisan

“Eu não me exponho. Evito horários onde não há movimentação de pessoas. Também estranho que não há mais policiais nas ruas. Há alguns anos existiam policiais que circulavam direto, principalmente, na região central. Hoje, não temos absolutamente nenhum brigadiano nas ruas, pelo menos, para impor respeito” – Luis Fernandes

“Depois de ter sido assaltada, não carrego mais nada que não seja necessário na bolsa. Ainda mais, quando a gente vem para o centro, onde, assim como nos bairros, não encontramos mais nenhum policial fazendo ronda. E se não há polícia, não há segurança” – Ana Pedroso

“Já vi muitos assaltos e furtos, trabalhando aqui na minha barraca, no Praça Dr. Pio. Já vi levaram uma bicicleta, já vi um cara puxar o celular de uma senhora, já vi outro ladrão arrancar o celular de uma outra senhora. E estamos nós, aqui, todos à merce dos criminosos, e, o pior, sem policiamento. Para gente ver polícia aqui, é somente no Natal. Andar nas ruas ou de ônibus, hoje, é um perigo. É se arriscar a perder as coisas que a gente custa tanto a adquirir” – Raquel Mendes Fontoura.

Por Anete Poll Jornal Agora