CORREIO DO POVO: “Esse pacote é a favor do servidor”, diz secretário-geral de governo

"Esse pacote é a favor do servidor", diz secretário-geral de governo | Foto: Galileu Oldemburg / Palácio Piratini / CP
“Esse pacote é a favor do servidor”, diz secretário-geral de governo | Foto: Galileu Oldemburg / Palácio Piratini / CP

Carlos Búrigo argumentou que Executivo sozinho não consegue mais acertar equilíbrio financeiro do Estado

A repercussão do pacote de medidas anunciado pelo governo do Rio Grande do Sul junto ao funcionalismo público foi extremamente negativa e os servidores, que estão em vigília em frente ao Piratini desde ontem, devem fazer pressão para que os projetos não sejam aprovados pela Assembleia Legislativa ou que, pelo menos, sofram bastante alterações. “Esse pacote não é contra o servidor, é a favor do servidor”, disse o secretário-geral de governo, Carlos Búrigo, em entrevista à Rádio Guaíba nesta terça-feira.

O secretário informou que os recursos provenientes de possíveis privatizações serão usados não somente para o pagamento da folha do funcionalismo estadual, mas também para arrumar o fluxo de caixa e “deixar o Estado mais competitivo”.

Búrigo explicou que se tratam de vários projetos que atingem diversos setores da sociedade. “Estabelecem qual o Estado necessário: não é um Estado mínimo nem um Estado máximo. Estamos trabalhando no sentido de termos organizações vinculadas que prestem serviços à população que são de responsabilidade do Estado”, argumentou. “Nas demais, que fazem serviços que o mercado oferece, não precisa o Estado atuar, e até têm um custo muito alto”, justificou.

Nesta manhã, o governador José Ivo Sartori decretou “estado de calamidade financeira” no Rio Grande do Sul. Búrigo alertou que “o Executivo sozinho não consegue mais acertar o equilíbrio financeiro do Estado”. O secretário relatou que não foi feito apenas o levantamento se as empresas estatais dão lucro ou não. “Foi de quais são as vinculadas que o Estado precisa ter para entregar os serviços à sociedade”, explicou.

Apesar de o pacote ser bastante amplo, Búrigo foi questionado sobre a ausência de um combate à sonegação fiscal. De acordo com o secretário, os projetos atacam a sonegação, mas admitiu que é preciso melhorar a arrecadação do Estado.

Lucro de estatais

O secretário-geral de governo foi questionado também sobre a venda de estatais, como a Sulgás, que dão lucro. “Pode dar lucro, mas ela não dá o lucro necessário que nós precisamos para aumentar a infraestrutura para ter oferta de gás para atrairmos empresas para o desenvolvimento do Estado”, argumentou.

Búrigo explicou que o governo tem uma limitação em termos de investimento. “Nossa avaliação não é apenas pelo resultado financeiro, mas também de qual empresa, se estiver na mão da iniciativa privada, com certas garantias, poderá trazer mais benefícios para a sociedade gaúcha”, justificou.

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