Quadrilha da capital ligada aos Manos se refugia no Vale do Sinos

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Fuzil: modelo AR-556 foi encontrado após tiros e perseguição

Brigada Militar prendeu um suspeito e apreendeu armamento pesado em Campo Bom

A prisão em Campo Bom de um criminoso com armamento pesado, após tiros e perseguição na noite de sexta-feira, reforça as suspeitas da Polícia de que uma quadrilha ligada à facção Os Manos fugiu da guerra do tráfico na zona leste da capital e se instalou no Vale do Sinos. A Brigada Militar prendeu Anderson de Souza Gambini, 26 anos, que há três meses deixou a Vila Bom Jesus, em Porto Alegre, e foi morar com comparsas no bairro Imigrante, em Campo Bom.

A Vila Kippling, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, seria outro refúgio do bando. Um fuzil, uma pistola calibre 9 milímetros e farta munição, com balas traçantes, foram apreendidos. Também foi recolhida uma caminhonte Duster roubada em Novo Hamburgo. Dois conseguiram escapar do cerco.

Acionada por causa de tiros na Morada do Sol, por volta das 20 horas, a Brigada Militar foi com três equipes. A informação era que os criminosos estavam em uma Duster preta. “Esse veículo passou por uma viatura nossa e arrancou em fuga. Mais adiante um deles saltou da Duster em movimento e entrou em um matagal”, relatou um policial militar de Campo Bom.
O fugitivo deixou para trás uma pistola carregada com munição 9 milímetros, depois encontrada pelos brigadianos, e tentou pegar o Uno de uma família. “Ele falou para o dono que tinha sido assaltado e o havia convencido a ajudá-lo. Conseguimos detê-lo antes que escapasse”, comentou o PM.
O capturado era Gambini, com antecedentes por homicídio e roubo de veículo na capital. Ele tem tatuagem no braço privativa de altos postos da facção Os Manos, que liberou ao grupo porto-alegrense o acesso ao concorrido submundo do crime do Vale do Sinos.
O capturado era Gambini, com antecedentes por homicídio e roubo de veículo na capital. Ele tem tatuagem no braço privativa de altos postos da facção Os Manos, que liberou ao grupo porto-alegrense o acesso ao concorrido submundo do crime do Vale do Sinos.

Polícia Civil/ Divulgação Roubada: Duster foi abandonada no Loteamento Fauth
Mais um salta do carro em movimento
Equipes de outras cidades já davam apoio ao cerco, quando outro fugitivo saltou com a Duster em movimento, no Loteamento Fauth. “Ele pulou com arma longa e correu por pátios de residências. Deixou um fuzil AR 556 com 30 munições nos fundos de uma delas.” Os policiais encontraram a arma, mas o bandido conseguiu escapar. A caminhonete foi abandonada em seguida no bairro Metzler. Estava com as placas clonadas. Tinha sido roubada em Novo Hamburgo. O motorista, que estaria com uma pistola de munição 9 milímetros, não foi encontrado.
Trio foi executar inimigos com fuzil
O trio foi à Morada do Sol para executar dois inimigos. As pistolas com munição de uso restrito e o fuzil eram para cumprir a ordem de não falhar. As balas traçantes, muito usadas à noite por traficantes nos morros cariocas, mostram a posição do tiro. São luminosas. Pelo menos dois disparos foram efetuados. O preso falou aos brigadianos onde conseguiu as armas. “Peguei lá na boca do Marizan”, disse ele, referindo-se a Marizan de Freitas, traficante de Campo Bom recolhido em Charqueadas, associado aos Manos.

Polícia Civil/ Divulgação Anderson de Souza Gambini, 26 anos

“A gente fugiu porque é clonada”

Ao ser preso, Anderson Gambini tentou se justificar aos brigadianos. “A gente fugiu porque é clonada.” Ele foi autuado em flagrante por receptação e porte ilegal na Central de Polícia de Novo Hamburgo. A última prisão de Gambini tinha sido em dezembro de 2013, na zona sul da capital, quando ele e dois parceiros se preparavam para entregar dois carros roubados a receptadores. Conforme a Polícia Civil, o trio aceitava dólar e até euro pelos veículos.
Ele é filho de Renato Fão Gambini, detento de Charqueadas e apontado como um dos líderes dos Manos, junto com Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona.
JORNAL NH