ZERO HORA: PACOTE DE SARTORI VAI DISTRIBUIR SACRIFÍCIOS

20151224-20150806-jornal-sul21-gs-060815-2991-04Apesar do esforço do governo em não antecipar o conteúdo do pacote que será anunciado no próximo dia 22, a lógica ficou clara nas últimas reuniões dos secretários encarregados de arredondar as medidas: a socialização do sacrifício. O impacto será sentido nos três poderes e se estenderá a diferentes setores da sociedade, a começar pelos empresários beneficiados com isenções fiscais.

O Palácio Piratini não confirma, mas a coluna apurou que, desta vez, Judiciário, Assembleia, Ministério Público, Defensoria e Tribunal de Contas também serão afetados. São consistentes os indícios de que, a exemplo do Rio de Janeiro, o governo vai propor a mudança na forma de repasse do duodécimo, a parcela do orçamento que cabe aos outros poderes. Em vez do modelo atual, pelo qual toda a frustração de receita é absorvida pelo Executivo, o Rio propôs que a parcela seja calculada com base na arrecadação corrente líquida. O movimento é nacional: na esteira da crise, governadores de outros Estados deverão propor às Assembleias uma mudança na forma de distribuição do duodécimo.

Questionado sobre o risco de o pacote ficar em medidas cosméticas, dando margem à crítica de que “a montanha pariu um rato”, uma fonte próxima do governo respondeu:

– A montanha vai parir um urso.

Aos assessores mais próximos e a deputados aliados, o governador José Ivo Sartori tem dito que não teme a repercussão negativa nem age pensando em reeleição:

– Vou fazer o que precisa ser feito para tornar o Estado mais eficiente e prestar um serviço melhor ao cidadão, sem gastar o que não temos. Na crise, temos de eleger prioridades, mesmo que isso venha a contrariar interesses.

Sartori reconhece que o governo está atrasado, mas diz que foi preciso tempo para redesenhar a estrutura administrativa, estudar as funções de cada órgão e analisar a viabilidade de cada medida do ponto de vista jurídico.

O conjunto de medidas será apresentado aos deputados da base aliada na segunda-feira, dia 21, e anunciado na manhã seguinte, com o impacto em termos de economia. Das 19 fundações existentes, restarão apenas 10. As secretarias a que estão vinculadas assumirão as funções das nove que serão extintas.