ZERO HORA: Governo tenta diminuir resistência ao pacote

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Governador José Ivo Sartori reuniu prefeitos no Palácio Piratini e pediu apoio ao pacote que foi enviado à Assembleia Foto: Mateus Ferraz / Agência RBS
Governador José Ivo Sartori reuniu prefeitos no Palácio Piratini e pediu apoio ao pacote que foi enviado à Assembleia
Foto: Mateus Ferraz / Agência RBS

Governador e deputados da base buscam apoio às medidas para sanar situação financeira do Estado

A duas semanas da votação do pacote com medidas para aliviar a penúria financeira do Estado, o Piratini faz uma ofensiva em busca de votos na Assembleia Legislativa. Enquanto o líder do governo, deputado Gabriel Souza (PMDB), intensifica o corpo a corpo junto aos parlamentares, o governador José Ivo Sartori tenta fazer com que prefeitos manifestem apoio às medidas.

– Se não tivéssemos feito nada até agora, o déficit chegaria a R$ 25 bilhões ao final de 2018. Com o que fizemos, independente do que esta aí, vamos chegar a um déficit de R$ 8,8 bilhões. Ou vamos governar para que o poder público esteja voltado para os 11 milhões de habitantes, ou vamos continuar governando para nós mesmos – afirmou Sartori, diante de dezenas de prefeitos que ocupavam o Galpão Crioulo do Palácio Piratini, na Capital.

Apesar da pressão do governo, nos bastidores deputados e assessores já dão como impossível a aprovação total do pacote. Propostas polêmicas, como a que permite o parcelamento do 13º salário e a que altera a data de pagamento do funcionalismo, dificilmente terão êxito. Como se tratam de mudanças constitucionais, são necessários 33 votos favoráveis.Contudo, mais da metade dos deputados – 28 de um total 55 -_ manifestaram a ZH a intenção de rejeitar a alteração no 13º.

Já a postergação da folha é reprovada por pelo menos 25 parlamentares. Diante da pressão dos servidores, até mesmo deputados do PMDB enxergam dificuldades em mexer no 13º. A regra atual determina o pagamento até 20 de dezembro, mas o Piratini pretende repassar apenas 50% do valor nesta data, abrindo prazo para quitar o benefício até novembro do ano seguinte.

– Acredito que, ao longo da tramitação, possamos rever posição sobre alguns projetos, como o parcelamento do décimo, por exemplo – admite Vilmar Zanchin (PMDB).

Outra iniciativa que enfrenta resistência é a revogação do dispositivo constitucional que exige realização de plebiscito para vender estatais como a CEEE, a CRM e a Sulgás. O PDT, cuja bancada tem sete deputados e que na segunda-feira adiou para março a decisão sobre um eventual desembarque do governo, é frontalmente contra a proposta. O mesmo caminho deve ser seguido pelo PTB, que tem cinco deputados e exibe postura de independência em relação ao Piratini.

– Vamos fazer oposição ao pacote, mas não é oposição ideológica, é pragmática. Acho as medidas insuficientes. O pacote economiza R$ 6 bilhões em quatro anos, mas, ao mesmo tempo, o governo concede R$ 5 bilhões anuais em isenções fiscais – critica Luís Augusto Lara (PTB).