Presos colocam fogo em cela da DPPA de Canoas

Revoltados com demora nas transferências, detentos incendeiam corredor das celas da DPPA

Segundo o diretor da 2ª DPRM, o delegado Cristiano Alvarez, 12 presos estavam no local

Diego Figueira DIÁRIO DE CANOAS
Nem o infernal calor de 33ºC e a sensação térmica próxima a 40ºC impediram os presos na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) em Canoas de atearem fogo em seus pertences para protestar contra o atraso nas transferências para o sistema carcerário.

A DPPA tem quatro celas – cada uma com capacidade para quatro detentos –, mas por ser um local transitório não tem a estrutura que um presídio deveria ter. Não há camas nem chuveiro, por exemplo, e não servidas refeições. “Temos presos que estão aqui há vários dias”, admitiu o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), o delegado Cristiano Alvarez. A DPPA e a 2ª DPRM estão instaladas no mesmo prédio, no bairro Estância Velha.

De acordo com Alvarez, “os presos querem ser transferidos para algum presídio, então tiraram seus pertences, como roupas e artefatos plásticos das celas e atearam fogo no corredor” por volta das 11h30. Bombeiros e Companhia de Operações Especiais do 15º Batalhão da Polícia Militar foram ao local.

Conforme o diretor da 2ª DPRM, nesta segunda-feira haviam 12 presos nas celas da delegacia. “Ninguém se machucou, e o fogo nem foi o principal problema, mas a fumaça, pelo perigo de asfixia. Chegamos a acionar o Corpo de Bombeiros, mas os plantonistas conseguiram conter o incêndio”.

Presente à DPPA para conferir a situação, o secretário municipal de Segurança Pública e Cidadania, delegado Ranolfo Vieira Junior, resumiu em poucas palavras o incidente: “Foi brabo, mas está dominado”.

O delegado Cristiano Alvarez confirmou que os contatos diários com a Superintendência de Serviços Penitenciários do Estado (Susepe) para a transferência de detentos continuam. “Conversamos com os presos e felizmente eles entenderam que não somos nós que controlamos a abertura de vagas nos presídios. Todos os dias enviamos a relação de presos e recebemos de volta a relação de vagas. Fazemos o que é possível”, explicou.