ZERO HORA: A cada cinco agentes envolvidos em megaoperação policial um é mulher

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Danielle (direita) está na linha de frente das investigações policiais contra o tráfico de drogas
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Chamou a atenção a presença de mulheres entre a equipe envolvida em ação policial no bairro Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre. Elas já representam 37% da força policial no Estado 

Por: Eduardo Torres
Impossível não notar a presença marcante das mulheres entre os agentes envolvidos na operação policial desencadeada na manhã desta quarta-feira, no bairro Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre. Entre os 600 policiais mobilizados para a ação liderada pelo Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), pelo menos 20% eram mulheres. Todas com uma função fundamental neste tipo de operação.

Boa parte dos mandados determinados pela Justiça foi cumprida em casas de famílias, onde nem sempre os moradores eram criminosos.

— Nessas buscas, a presença feminina é fundamental, pela nossa sensibilidade. Temos uma forma diferente de abordar as pessoas e obter informações que podem ser importantes para a apuração. Mas ainda fomos poucas nessa operação, estamos conquistando o nosso espaço — diz a inspetora Danielle Marmontel Matos, 29 anos, que está na Polícia Civil há dois anos e nove meses e é agente do Denarc.

Ao todo, de acordo com o chefe de polícia, delegado Emerson Wendt, 37% do efetivo da Polícia Civil gaúcha é formado por mulheres. Entre os delegados, 30% são mulheres.

— É uma força nova que vem oxigenando a polícia nessas últimas duas turmas — valoriza.

A presença das mulheres nas forças policiais não chega a ser novidade. O que muda é o papel delas, antigamente limitadas às ações cartorárias nas delegacias. Agora, são peças-chave na linha de frente da investigação.

— Imagina uma campana, por exemplo. É melhor um casal, que passe despercebido pelos criminosos de algum lugar, ou dois homens com jeito de policiais? — exemplifica a inspetora Danielle.

E a rotina é puxada. Nesta quarta, ela saiu do departamento à 1h, depois dos preparativos para a operação. Às 3h, já estava acordada para cumprir os mandados.

— Muitas vezes falta aquele tempo para se cuidar melhor, para ter uma vida mais tranquila. O namorado não aguentou a rotina, mas vale a pena. Eu sempre sonhei em fazer o que a polícia faz, era o meu objetivo de vida — resume a policial.