ZERO HORA: Teste ZH percorre 75 quilômetros e mostra onde Porto Alegre está mais policiada

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Policiais militares foram vistos no Parque da Redenção, na Avenida Osvaldo Aranha, na manhã desta terça-feira
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Aumento de patrulhas em vias da Capital foi verificado em comparação com ronda de 2016

Por: Renato Dornelles

Os comentários em rodas de amigos, encontros de família ou entre vizinhos de que houve aumento no número de policiais nas ruas de Porto Alegre tem razão de existir. A editoria de Segurança do Grupo RBS foi às ruas e constatou: a cidade está mais protegida no que diz respeito ao policiamento ostensivo.

Na manhã desta terça-feira, a reportagem repetiu teste realizado em 5 de agosto de 2016, percorrendo cerca de 75 quilômetros em ruas e avenidas da Capital e constatou aumento de 80% no número de viaturas e de 60% em vias policiadas.

Para o teste, foram percorridas, em toda a sua extensão, as ruas e avenidas assinaladas no infográfico abaixo.

Em agosto passado, cinco dessas 18 vias estavam policiadas. Na manhã desta terça-feira, eram oito. Foram percebidos avanços na Wenceslau Escobar, Mostardeiro, Dom Pedro II e Carlos Gomes que, no teste do ano passado estavam sem policiamento e, agora, tinham pelo menos um viatura. Salgado Filho, Júlio de Castilhos, Padre Cacique, José de Alencar, Lima e Silva, Lucas de Oliveira e Bagé, nas duas ocasiões estavam desprotegidas.

A situação manteve-se sem alteração também na Osvaldo Aranha, com duas viaturas em cada teste. Na manhã desta terça-feira, um dos veículos estava estacionado em um canteiro no encontro com a Avenida Paulo Gama, nas proximidades da UFRGS. A presença dos PMs deixou os estudantes mais tranquilos.

— Até me surpreendi quando vi essa viatura parada ali, quando cheguei para a aula. Ainda não fui assaltada, mas conheço vários que já foram aqui nessa região — disse a acadêmica de Direito Marina Subbrack, 20 anos.

Outro empate, com duas viaturas nos dois testes, foi constatado na Avenida Benjamin Constant, mas os dois brigadianos a pé verificados no ano passado não se repetiram nesta terça-feira.

— A presença dos PMs nos dá uma sensação maior de segurança. Se isso se tornar rotina, vai ser muito bom — afirmou Fátima Lopes, 55 anos, que já foi vítima de assalto duas vezes naquela via. Uma às 7h, e a outra, às 19h.

Além dos PMs a menos na Benjamin Constant, a Avenida Borges de Medeiros, que em 2016 tinha um policial militar no horário do levantamento, desta vez não estava policiada, nem sob a tenda do 1º Batalhão de Polícia Militar, no Parque Marinha do Brasil, onde costumeiramente são vistos policiais a pé ou em viatura.

Efetivo foi reforçado

Segundo comandante do policiamento da Capital, coronel Jefferson Jacques, o aumento no policiamento decorre do reforço de 200 agentes da Força Nacional de Segurança, que estão atuando em bairros mais afastados do centro de Porto Alegre, somados aos 350 PMs remanejados de municípios do Interior. Destes, 75 vieram de Santa Maria, que até terça-feira havia registrado 19 homicídios no ano — em 2016, de janeiro até o último dia de abril, o número era de 15 vítimas.

— É o resultado do trabalho de gestão. O policiamento é uma questão dinâmica e, através de avaliações semanais dos indicadores criminais, reforçamos áreas que necessitem — explica Jacques.

Conforme o coronel, os PMs do Interior deverão ficar em Porto Alegre pelo menos até julho, mês para o qual está programada a entrada de mais 1.060 brigadianos nas ruas, a partir da formatura dos novos alunos-soldados da Academia de Polícia Militar.