GAÚCHA: Suspeito de matar policial civil pede indenização do Estado por más condições do Presídio Central

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Armas foram apreendidas no apartamento em Gravataí
Foto: Ronaldo Bernardi /Agencia RBS

Maicon de Mello Rosa move ação contra o governo pelo período em que ficou preso; defesa pede indenização de R$ 60 mil

O homem apontado como assassino do escrivão da Polícia Civil Rodrigo Wilsen da Silveira, executado durante uma operação policial na manhã desta sexta-feira (23), em Gravataí, pediu recentemente uma indenização ao governo do Estado pelas más condições no Presídio Central. O suspeito esteve no local por cerca de quatro anos.

No processo, que tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública, a defesa de Maicon de Mello Rosa, pediu, em caráter liminar, indenização por danos morais, no valor de R$ 60 mil, mais R$ 500 por dia de superlotação no presídio.

A defesa também pediu uma inspeção imediata no Central, “que foi considerado o pior presídio do Brasil, com uma série de irregularidades”, conforme a petição. Ainda acrescenta que devem ser analisadas as “atuais condições desumanas às quais os apenados são submetidos”.

O juiz José Antonio Coitinho negou a liminar, por entender que a decisão não apresenta urgência. No entanto, o processo de indenização segue tramitando, ainda na fase inicial, e não há previsão para sentença.

Entenda o caso

Rodrigo Wilsen da Silveira, escrivão e chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia do município, tentava cumprir um mandado em um condomínio de apartamentos na Travessa Herbert, na região central de Gravataí, quando um dos cinco criminosos que estavam no local atirou.

O policial levou um tiro na cabeça e foi levado por colegas para o Hospital Dom João Becker, de Gravataí, mas não resistiu.

A operação tinha como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em tráfico de drogas. De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Metropolitano, delegado Fábio Mota Lopes, os investigadores sabiam que os alvos poderiam ter drogas e armas, mas foram surpreendidos pelo ataque.

Ainda conforme o diretor do DPM, Rodrigo estava à frente de uma equipe de seis agentes, entre eles a sua mulher, que foi executar os mandados em um dos apartamentos de um condomínio. Quando eles ingressavam pela porta principal, o disparo veio de dentro, atingindo o policial.

Após o ataque, os cinco suspeitos que estavam no local — uma mulher e quatro homens — foram presos em flagrante. Armas, munição, drogas e dois veículos — um deles roubado — foram apreendidos ao final da operação.

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