Atos públicos alertarão população sobre as tragédias provocadas pelo parcelamento do salário na BM

Militares trabalham estressados devido ao

parcelamento e já houve casos de suicídio

Os brigadianos decidiram em assembleia da categoria,  na manhã de 15 de agosto, a sede matriz da ABAMF, realizar atos de protesto em várias cidades gaúchas – na rua e na porta do Poder Judiciário – distribuir panfletos e colocar faixas, esclarecendo a população sobre a crítica situação vivida pelos brigadianos(as) e familiares devido ao parcelamento de salários. O desespero já provocou, inclusive, o suicídio de colegas de farda causando revolta na categoria.  A reunião que começou com protesto pelo não pagamento do salário em dia, num flagrante descumprimento da lei, terminou com um minuto de silêncio em homenagem aos brigadianos mortos.

As ações das ABAMF, ASSTBM, AOFERGS, AESPPOM-RS, AOFSBM e Grupo Tingueiros vai mobilizar outras representações da Família Brigadiana e convocar os militares da ativa e inativos a participarem dos atos pelo cumprimento da lei, por parte do governador, pela ação concreta do Judiciário no desrespeito as medidas judiciais já decididas a favor da categoria e ao posicionamento dos deputados com relação a cassação de direitos e destruição da carreira dos militares estaduais.

A ameaça do secretário da fazenda, Giovani Feltes, de que haverá encontro das folhas, provocou reação imediata: Dia 1 de setembro ocorrerá manifestação em várias cidades gaúchas e não está descartada o fechamento dos quartéis pelos familiares de militares. Para Elias Pôncio(AOFSBM), “o governo só transmite incerteza aos brigadianos”.

Para  a presidente da AESPPOM-RS – Associação das Esposas dos Praças  da Policiais Femininas  do Rio Grande do Sul – os brigadianos precisam estar unidos para lutar fortemente pelos direitos, pois o governo não respeita nem teme nada. ” Não sabemos mais o que fazer para sensibilizar este governo. O único momento em que houve alguma ação foi com o trancamento dos portões dos quartéis”, afirmou Claudete Valau.

A condição de trabalho também fez parte da pauta assim como os projetos que o governo encaminhou ao Legislativo. Será recomendado aos brigadianos que não consertem e nem solicitem mais itens para as viaturas no comércio. “Isto é uma obrigação do Estado, mas é por esforço pessoal dos militares que as viaturas ainda circulam”, denunciou um brigadiano.

O fim da gratificação por tempo de serviço é entendida como uma redução de salário e o aumento no interstício para a promoção, como planeja o governo gaúcho, impedirá a ascensão na carreira. Atualmente, existem 3,5 mil vagas de sargento que não são preenchidas. Além disso, as representações conversarão com os deputados para que o projeto de lei 147 tenha emendas para que o CTSP possa ser realizado de forma semi-presencial, com calendário e número de vagas definidas.

A assembleia da categoria contou com a presença de representantes de cidades como Passo Fundo, Carazinho, Rio Grande, Uruguaiana, Ijuí, Santa Maria, Montenegro, Guaíba, Cidreira, entre outras. Políticos estiveram na reunião. A vereadora de Porto Alegre, Comandante Nadia(PMDB), acompanhou os debates. Assim como o presidente da Regional Uruguaiana e vereador na cidade da Fronteira-Oeste, José Clemente.

Também esteve presente o deputado Luis Augusto Lara(PTB), que destacou a intenção do atual governo do RS. “O plano do governo é causar medo nos gaúchos, atemorizar, assim todos cedem aos planos do Executivo. A causa da segurança é a causa da população gaúcha. É preciso fazer o povo ver quem está ao seu lado”, alertou.

O presidente da ASSTBM, Aparício Santellano, criticou o deputado Bombeiro Bianchini por não estar na reunião.”Como representante da categoria ele deveria estar aqui ouvindo as representações e os brigadianos. Eu o convidei pessoalmente. Agora recebi o recado que ele não pode vir”, disse.

O presidente da FESSERGS, Sergio Arnould, e da AMAPERGS, Flávio Berneira marcaram presença e lembraram que o ataque do atual governo aos servidores públicos não pára. “Agora o governo irá enviar projetos para dividir o IPÊ. Não há dinheiro, mas desejam fazer duas estruturas administrativas para ter cargos à disposição”, criticou Arnould.

Para o presidente da ABAMF, Solis Paim, os brigadianos precisam apoiar as ações das representações porque se não houver resposta forte as propostas do governo serão aprovadas e o parcelamento, o atraso no pagamento do 13°, o aumento no tempo das promoções, o fim das gratificações pelo tempo de serviço, se tornarão realidade. “Sem luta haverá um arrocho salarial  e um retrocesso de 30 anos na BM”, concluiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Paulo Rogério N. da Silva

Jornalista ABAMF