“Foi feita orientação de como jornalista deve se portar”, lembra comandante da BM sobre manifestações( ÁUDIO )

Jornalista foi detido e fotógrafa atingida por spray de pimenta, na tarde desta terça, durante protestos na Capital

Tenente Coronel Otto Eduardo Amorim, comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar ( ÁUDIO )

O comandante do 9º BPM da Capital, tenente-coronel Eduardo Amorim, afirmou, na tarde de hoje, que “há três anos foi feita orientação de como jornalista deve se portar” em manifestações. A fala é decorrente de questionamentos acerca da postura da BM durante protestos ainda nessa terça-feira na Praça da Alfândega, no Centro de Porto Alegre. Pelo menos um repórter foi detido e uma fotógrafa atingida por spray de pimenta durante confusão entre defensores e opositores à exposição Queermuseu, fechada antecipadamente após pressão em redes sociais e no local do evento.

As orientações mencionadas pelo comandante dizem respeito a normativas repassadas à imprensa ainda em 2014, quando dos preparativos para o recebimento de jogos da Copa do Mundo do Brasil. Entre elas, a distância mínima a ser tomada por repórteres dos focos de atuação da polícia, um afastamento que, na prática, inviabiliza ou até mesmo impossibilita o acompanhamento e a cobertura por parte da mídia dos fatos em andamento.

No entanto, o tenente-coronel garantiu que todas as ações da tropa de choque são filmadas e analisadas posteriormente, e que não vai ser diferente nesta ação. Ele reforçou que o armamento não-letal, segundo ele “orientação da própria ONU para evitar lesões”, apenas foi usado para evitar uma “briga generalizada” e não “para defender grupo A ou B”. Também colocou que a ação da polícia foi uma resposta a pedradas arremessadas em direção ao efetivo.

O comandante criticou o fato de que “não se falam das ações positivas da BM e dos policiais que ficam feridos nas ações e protestos”, e lamentou que “nos Estados Unidos os policiais são tratados como herois e aqui tomam pedradas”. Questionado sobre a prisão do jornalista que aparece em imagens se identificando aos policiais, Amorim rebateu que “é muito fácil analisar por vídeos, mas na hora em que se recebe pedradas as coisas são diferentes.”

O jornalista Douglas Freitas e um morador de rua foram detidos pela Brigada Militar por desacato à autoridade, resistência e desobediência, e liberados após assinarem termo circunstanciado. A fotógrafa de Zero Hora Isadora Neumann, também foi atingida com spray de pimenta enquanto registrava o momento da detenção de Douglas

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Fonte:Ananda Müller/Rádio Guaíba