G1RS: Superlotação de celas em delegacias revolta presos e policiais na Região Metropolitana de Porto Alegre

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Presos em Delegacia de Canoas protestaram na tarde de quinta-feira (21) pela falta de condições da carceragem, insuficiente para abrigar todos (Foto: Jonas Campos/RBS TV)

Sob temperatura acima de 30°C, os presos ficaram mais agitados, e policiais pedem que o problema seja resolvido. Secretário de Segurança anunciou abertura de vagas em presídio, em uma tentativa de amenizar a situação.

Por RBS TV

A rotina de delegacias superlotadas de presos na Região Metropolitana de Porto Alegre ganhou um agravante na tarde desta quinta-feira (21). Sob temperatura acima de 30°C, os presos ficaram mais agitados que o normal, e os policiais que são obrigados a fazer a custódia apelam para que o problema da falta de vagas em penitenciárias seja resolvido.

Para combater a superlotação nas cadeias das delegacias, o secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer, anunciou nesta quinta a abertura de mais uma galeria da Penitenciária de Canoas 2, com 144 vagas. A decisão foi tomada em reunião com as instituições vinculadas e departamentos da Secretaria da Segurança Pública. Os primeiros presos devem ser transferidos na próxima semana.

Enquanto isso, tanto presos quanto policiais reclamam da situação. Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, estavam 64 presos. Um deles, há 40 dias na carceragem. Sem espaço pra todos, 26 foram deixados no pátio, algemados em duplas. Oito policiais militares, que poderiam estar trabalhando no policiamento, são obrigados a fazer a custódia dos presos.

A situação também era precária em Gravataí. Na tarde de quinta-feira, havia 15 homens presos em viaturas e até na grade da delegacia. Um deles, há 21 dias aguarda uma vaga em presídio.

Com o calor registrado na região ao longo da quinta-feira, os presos ficaram inquietos e protestaram contra a situação. Policiais militares que pediram para não ser identificados alegam não ter condições de trabalho com tantos presos fora das celas. Pedidos para que a situação seja resolvida chegam diariamente ao Departamento de Polícia Metropolitana, segundo o diretor Fábio Motta Lopes.

“À medida que esquenta, há uma tendência natural de que as pessoas fiquem em ambientes ainda mais insalubres, e aí o que acontece é revolta, gritaria, chute na cela, o que torna esse ambiente estressante, inclusive para os policiais que têm que desempenhar suas funções”, diz Lopes.