Diário Popular: BM enfrenta dificuldades em Rio Grande

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De acordo com o chefe do Executivo municipal, nos últimos dois anos Rio Grande perdeu 130 policiais militares (Foto: Infocenter DP)

Efetivo reduzido compromete Policiamento Comunitário, afirma o prefeito do município, Alexandre Lindenmeyer

Por: Giulliane Viêgas

A falta de efetivo no 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) tem comprometido as atividades do Policiamento Comunitário de Rio Grande. É o que afirma o prefeito do município, Alexandre Lindenmeyer (PT). Segundo o chefe do Executivo municipal, dois dos 14 núcleos existentes no município foram extintos. “A prefeitura não quer que o Policiamento Comunitário acabe, mas diante da atual situação, a previsão é de que outros núcleos sejam fechados”, disse Lindenmeyer. O comando da corporação nega as dificuldades.

De acordo com o petista, o convênio firmado em 2013 entre o Estado e o município prevê que os militares do Policiamento Comunitário morem nos bairros de atuação e que cada PM receba R$ 800,00 de auxílio-moradia. No entanto, militares de alguns núcleos, segundo Alexandre, não estariam morando nos seus locais designados e por isso não receberiam o benefício. “Estamos tentando uma manutenção desses PMs porque o Policiamento Comunitário é fundamental para nossa cidade”, disse.

Conforme o prefeito, nos últimos dois anos Rio Grande perdeu 130 policiais militares. No período, o Estado repôs dez PMs, destes, segundo Alexandre, alguns entraram para reserva, outros foram encaminhados à Região Metropolitana de Porto Alegre para reforçar o efetivo na capital e restaram apenas dois policiais militares.

Estudo feito pela prefeitura de Rio Grande aponta que o efetivo policial no município reduziu de 436 PMs em 2010 para 289 em 2017. O levantamento aponta ainda que o número de militares que atuam na cidade é 54,3% abaixo do que seria considerado ideal, conforme o estudo, 633 policiais militares nas ruas.

O aumento nos homicídios e roubos até agosto deste ano já ultrapassou os registros de todo o ano de 2016. As execuções cometidas em Rio Grande são superiores ao total de assassinatos praticados em todo o ano passado, quando 42 pessoas foram mortas. Até agora, 47 pessoas foram assassinadas.

O baixo policiamento também é reflexo das 1.607 ocorrências de roubos a pedestre até o início de agosto. Em todo ano passado, o município contabilizou 1.605 casos. Os roubos ao transporte coletivo também têm assustado a população rio-grandina, desde o início do ano foram 235 casos. Em todo o ano passado foram 450 ocorrências registradas na Polícia Civil.

O que diz o Comando da Brigada Militar
De acordo com o comando do 6º BPM, todos os núcleos estão em pleno funcionamento. O Comando-geral da Brigada informou que a atividade do Policiamento Comunitário em Rio Grande deve se manter inalterada até que seja editado um novo decreto que estabeleça relações entre Estado e município no que se refere à moradia dos policiais.

A previsão do governo do Estado é de que ainda este mês Rio Grande receba reforço de novos policiais militares.