Marcos Corrêa / Presidência da República/Divulgação
Presente no encontro, governador José Ivo Sartori disse, em nota, que “a história será justa com a tentativa de recolocar o país nos trilhos”
ZERO HORA
O presidente Michel Temer reuniu governadores nesta quarta-feira (22), em um almoço no Palácio da Alvorada, para fazer um apelo pela aprovação da reforma da Previdência. No encontro, o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), esclareceu dúvidas, e defendeu as últimas alterações no texto, que amenizaram o projeto original.
Segundo a assessoria do Planalto, 16 governadores e vices participaram do evento, que durou cerca de três horas. O governador José Ivo Sartori compareceu, mas saiu sem falar com a imprensa — posteriormente, porém, encaminhou nota oficial sobre o encontro. Integrantes da equipe econômica do governo também participaram da reunião, para expor números do sistema previdenciário.
Na nota, Sartori citou alterações no sistema previdenciário do Estado e disse que o momento exige mudanças que atendam às necessidades de toda a sociedade, e não apenas as de um determinado grupo. “É preciso muita coragem para fazer as transformações que todos sabem que são necessárias. São remédios amargos, mas a história será justa com a tentativa de recolocar o país nos trilhos”, pontuou.
— Ficou muito claro este consenso na reforma, de que é extremamente importante para o Brasil. E precisa ser aprovada o mais rápido possível — sustentou a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), que falou à imprensa na saída do evento.
Esposa do ministro da Saúde, Ricardo Barros, Cida garante que apoiará a reforma junto à bancada do Paraná, mesmo que isso traga desgaste político a menos de um ano da eleição. A vice-governadora disse que não teve acesso à íntegra do novo texto da reforma. O conteúdo deverá ser apresentado em um jantar com os parlamentares da base aliada, nesta quarta, também no Alvorada.
Base pressiona Temer a modificar regras da reforma da Previdência para servidores
Ideia é tornar o texto ‘mais soft’; também há pressão para reduzir idade mínima
por Cristiane Jungblut O Globo
BRASÍLIA – Parlamentares da base aliada, em especial do chamado “centrão“, querem tornar ainda mais palatável a reforma da Previdência para darem seus votos de aprovação. Segundo um integrante das negociações, há pressão para que o governo modifique as regras para os servidores que entraram no serviço público até 2003, exigindo que uma idade mínima menor do que a proposta no texto fechado com o governo. A ideia é tornar o texto “mais soft”, afrouxando as exigências.
Há pressões ainda para que se reduza a idade mínima de 62 e 65 anos, ficadas para mulheres e homens respectivamente, para 58 e 60 anos, por exemplo.
— Estão negociando mudar as regras para quem entrou até 2003 — disse um interlocutor do presidente Michel Temer.
A área econômica resiste a mudanças neste ponto, mas os aliados dizem que agora a questão é política.
