Após reportagem, casal de PMs arrecada quase R$ 40 mil e tem encomendas de cucas para dois meses

Fábio e Darele se empenham para dar uma vida mais confortável para o filho Felipe
Anselmo Cunha / Especial

Casal de PMs que teve história contada pelo DG arrecada quantia necessária para dar mais qualidade de vida ao filho de oito meses. Excedente ajudará outra criança

ZERO HORA

A meta de arrecadar R$ 30 mil com a produção de cucas e uma campanha na internet para oferecer uma vida melhor ao pequeno Felipe, de oito meses, _ vítima de uma asfixia na hora do parto que comprometeu o seu neurodesenvolvimento _ foi alcançada muito antes do que a família imaginava. Após o Diário Gaúcho publicar, na última quinta-feira, a iniciativa do casal Fábio Rauber, 36 anos, e Darele Brum, 35 anos, de produzir e vender cucas para arrecadar dinheiro para uma cadeira especial, uma cadeira para banho e adaptações para tornar a casa mais acessível ao menino, os objetivos da família do bairro Hípica, na Zona Sul da Capital, foram atingidos em poucos dias. Até a tarde de segunda-feira, no site vakinha.com.br Felipe já havia arrecadado R$ 38 mil.

Desde quinta-feira, o celular de Fábio não para:

– Meu telefone travou, foram 2 mil mensagens só na quinta-feira. Ainda não consegui responder a todas, estou tentando responder uma por uma.

Pelas encomendas que o casal já tomou nota, são pedidos para dois meses de trabalho. Mercados e feiras também entraram em contato querendo fazer parcerias e revender a cuca que é uma receita antiga da mãe de Fábio, a agricultora aposentada Mariselma Fátima Rauber, 60 anos. A avó, aliás, está realizada com tanta repercussão.

– Tínhamos a sensação que com a matéria amigos e o pessoal do trabalho iria nos ajudar ainda mais, mas não imaginávamos o tamanho da repercussão com as demais pessoas. Muita gente se sensibilizou. Recebemos mensagens de outros Estados e até do Canadá – conta Fábio.

Anselmo Cunha / Especial
Produção é feita na casa da família no Bairro HípicaAnselmo Cunha / Especial

Produção aumentou

Para dar conta dos pedidos, a produção diária subiu de 15 para 30 cucas feitas em formato de flor – esta é a capacidade máxima da família:

– Na quarta-feira, tenho entrega de 30 cucas no mesmo lugar. Nossa capacidade de fazer e de entregar é limitada, as pessoas compreendem e pedem para colocar na fila, fazer quando pudermos – explica Fábio, contente.

Mesmo com toda repercussão, Fábio e Darele não pensam em abrir mão da profissão –ambos são policiais militares – para se dedicar exclusivamente à produção de cucas. Os dois trabalham em turnos opostos da Brigada Militar e têm a maior parte do tempo livre dedicada ao bebê.

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Cuca tem recheio de doce de leiteAnselmo Cunha / Especial

Apoio a mais uma família

Com todas as metas atingidas, Fábio e Darele irão repassar, a partir de agora, todo o lucro da venda das cucas para a família do menino Arthur Galvão, de um ano e oito meses, de Gravataí, que também sofreu com falta de oxigênio na hora do parto e depende de ventilação mecânica para respirar.

– Assim como nós, eles tentaram obter homecare com pedido na Justiça, mas não conseguiram. Além disso, precisam de um aparelho portátil para respiração que custa R$ 35 mil – explica Darele.

Felipe possui homecare 24 horas após os pais conseguirem o direito na Justiça – só isso possibilitou que o bebê deixasse o hospital. Nos primeiros quatro meses de vida, ficou internado na UTI. Diariamente, Felipe tem os cuidados de uma equipe de enfermagem, tem fisioterapia três vezes por dia e fonoaudiologia, além da alimentação especial por sonda, a cada três horas.

– Encomendas via WhatsApp: (51) 99955-5300

– Há, também, uma campanha na internet no site bit.ly/anjoguerreiro