Aprovado em abril, abono a policiais militares afastados do serviço é pago apenas a um brigadiano

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14439445Apenas soldado ferido durante ataque a fábrica de joias em Cotiporã recebe o benefício

O projeto que prevê o pagamento de abono a servidores da área da segurança pública afastados devido a ferimentos durante o trabalho foi aprovado há sete meses na Assembleia Legislativa. No entanto,brigadianos licenciados ainda enfrentam dificuldades para obter o benefício. Atualmente, apenas um servidor recebe a diferença no salário. Há outros sete processos em tramitação, número muito abaixo da demanda, segundo a entidade que representa os praças.

O valor definido em lei complementa o salário dos policiais, já que fora do batalhão eles deixam de receber vale-alimentação, horas extras, auxílio alimentação e até diferenças após assumirem cargos superiores. Sem o abono, o pagamento encolhe cerca de 50%.

Dez meses

Ferido durante uma briga generalizada em dezembro, na cidade de Carazinho, no norte do estado, o sargento Antônio Carlos da Luz teve o fêmur quebrado. Desde então, aguarda um desfecho para o caso.

¿Ontem eu fui na Diretoria Administrativa da Brigada, em Porto Alegre, e não tinha a conclusão do meu inquérito. Não tenho perspectiva de receber nem um centavo para tentar amenizar esse custo que eu tenho há dez meses¿, conta o sargento.

Ele relata que precisou contar com a ajuda financeira de colegas para conseguir comprar remédios durante a recuperação e para pagar outras contas. O sargento ainda não sabe quando voltará à ativa.

De acordo com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, há pelo menos 72 casos aguardando encaminhamento na Diretoria de Saúde da corporação.

Pagamento

Segundo a Brigada Militar, problemas administrativos retardaram o início do pagamento. No entanto, como o texto da lei prevê a quitação retroativa a dezembro de 2012, o comandante da corporação, coronel Fabio Duarte Fernandes.

¿A legislação foi criada e tem toda uma questão da Secretaria da Fazenda, de criação de rubrica, código de conta, etc., pra poder pagar o servidor. Mas esse abono está garantido. Pode algum servidor não estar recebendo no momento, mas ele vai receber por que é um direito que ele conquistou¿, afirma.

Entre os sete processos em tramitação, um será pago na próxima folha de pagamento.

Cotiporã

O soldado Neivaldo Nondillo, de 41 anos, é o único servidor que recebe o abono. Ele foi ferido por um tiro de fuzil na madrugada de 30 de dezembro do último ano, durante a fuga de quadrilha que atacou uma fábrica de joias em Cotiporã, na serra. O benefício chegou a ficar atrasado por vários meses, em mais de uma oportunidade. Na ocorrência, os bandidos fizeram moradores reféns e explodiram portas e cofres do prédio localizado na área central do município. Todos estão presos.

Feridos em combate

Segundo dados fornecidos pela Brigada Militar, até o mês de setembro, 197 policiais sofreram algum tipo de ferimento durante operações. Na contagem, entram casos de atingidos por disparos, de fraturas, entre outros.

Radio Gaucha