Dupla é condenada por morte de tenente da BM em Porto Alegre

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Policial voltava para casa quando foi morto a tiros no bairro Nonoai em maio de 2008 Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Policial voltava para casa quando foi morto a tiros no bairro Nonoai em maio de 2008
Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS

Julgamento durou cerca de 15 horas e se encerrou na madrugada deste sábado

Diego Vargas Machado, 28 anos, e Valdoir da Silva Nogueira, 27 anos, foram condenados pela morte do tenente da Brigada Militar Gilnei José Coitinho pela 1ª Vara do Júri da Capital.

Machado foi sentenciado a 18 anos de prisão por homicídio qualificado que dificultou a defesa da vítima. A pena para Nogueira foi de 14 anos de cadeia. Ojulgamento durou cerca de 15 horas e se encerrou no começo da madrugada deste sábado.

O tenente Coitinho foi executado com tiros pelas costas aos 54 anos, na tarde de 12 de maio de 2008, ao retornar para casa no bairro Nonoai, em Porto Alegre. Em um primeiro momento, a polícia suspeitou que o tenente tivesse reagido a uma tentativa de assalto. A dupla, inclusive, chegou a ser acusada de latrocínio (roubo seguido de morte), mas o Tribunal de Justiça do Estado reformou a decisão, ordenando julgamento por crime de homicídio.

Os dois acusados sempre negaram o crime, afirmando que estavam em lugares diversos, no Morro Santa Teresa. Mas teriam sido vistos por testemunhas, parados por 40 minutos em um posto de combustíveis da Avenida Nonoai, até o momento em que o PM passou, a pé. O tenente foi surpreendido por dois homens em uma moto vermelha, a 150 metros de casa. A morte teria sido premeditada porque o PM inibiria a ação de ladrões na região.

Nogueira cumpria pena em regime aberto por uma condenação de 13 anos (até 2023) pelo assassinato de Vagner Lima Machado, em abril de 2006, na Vila Ecológica, bairro Santa Teresa, na Capital. A vítima foi atingida na cabeça e depois teve o corpo incendiado dentro de uma casebre.

Machado já tinha condenação de cinco anos (até 2017) por causa de um assalto a um estabelecimento comercial, no bairro Tristeza, em 2012. Atualmente, estava em prisão domiciliar.

Após 30 anos na BM, Coitinho tinha se aposentado em 2007, mas voltou ao trabalho como servidor da reserva no Departamento de Logística e Patrimônio da BM, aumentando a renda familiar. O tenente deixou mulher e dois filhos. Andava fardado em ônibus para economizar gastos com passagem. O caso foi um dos primeiros a levantar a discussão sobre o uso obrigatório de fardas para que PMs tivessem isenção na tarifa. Em janeiro, a prefeitura da Capitalsancionou o passe livre para PMs à paisana, após o soldado Márcio Ricardo Ribeiro ser morto em assalto a ônibus na Zona Sul.

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