Mais de 20 municípios do Norte do RS estão sem policiais nas ruas

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VIATDo G1 RS

Comércio das cidades reclama do clima de insegurança devido a situação.
BM admite problema e diz que solução está na contratação de novos PMs.

Moradores de pequenas cidades gaúchas reclamam da insegurança por falta de policiais, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo). No Norte do Rio Grande do Sul, por exemplo, 24 municípios deixaram de ter policias militares de prontidão durante as 24 horas do dia.

Quem precisa da policia em Ibirapuitã, município com cerca de 5 mil moradores, tem que ligar para cidades vizinhas. As portas da sede da Brigada Militar estão fechadas. Em duas semanas, comerciantes da cidade foram alvos de cinco assaltos, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL).

“A gente fica a mercê de vândalos de roubos ou de qualquer outra coisa que aconteça. Não temos a quem recorrer, a quem ligar e, se ligamos, ninguém atende e, quando atendem, não vêm, então é complicado”, explica o comerciante Adriano Fumegali.

Perto dali, em Mormaço, o posto da Brigada Militar fecha em alguns turnos. Assim como em Ernestina, que também não tem policiamento 24 horas, e em Tio Hugo, onde apenas policiais de outras cidades atuam.

“Vivemos numa insegurança. Falta de compromisso do governo com o povo que contribui com impostos certinho todos os dias, mas quando precisa de efetivo atuando no dia a dia do município, não está ocorrendo”, conta o comerciante Alessandro Cimarosti.

Patrulhas itinerantes
Por causa da falta de efetivo, a solução encontrada pela Brigada Militar foi criar patrulhas itinerantes. Uma única equipe com um carro e três policiais é responsável pela segurança em até cinco cidades ao mesmo tempo.

“É pego o efetivo de uma cidade e de outra, e criamos uma patrulha e passa neste território”, explica o capitão da Brigada Militar, Cassiano Boscardin. Questionado pela RBS TV se o sistema funciona, o policial reconhece a defasagem. “Não atendemos 24 horas. Isto é fato, mas nós estamos lá. A BM não saiu dos municípios como muitos dizem. Nós estamos, só que, de uma forma itinerante” frisa o capitão.

A saída, de acordo com Comando Regional, seria chamar aprovados no último concurso e aumentar o pagamento de horas extras. “Com a hora extra, você duplica o policial. Ele pode trabalhar de manha, folgar de tarde e trabalhar à noite, nesta circunstância da hora extra”, diz o comandante, major Eriberto Branco.