Descartado pagamento, ainda, hoje de mais uma parcela do salário do funcionalismo

IMAGEM ILUSTRATIVA
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Mulheres de brigadianos foram às ruas, hoje, para pedir ‘esmola’, no Centro da Capital

A Secretaria da Fazenda confirmou, no fim da tarde de hoje, que não obteve recursos suficientes para fazer um segundo depósito, além dos R$ 1,25 mil que puderam ser sacados, pela manhã, pelos servidores do Executivo. Pela quarta vez na gestão do governador José Ivo Sartori – a primeira de forma consecutiva -, o funcionalismo teve os salários parcelados, o que atinge 3/4 do quadro de pesssoal.

Havia a expectativa de pagamento, até o fim do dia, de mais uma quota, de R$ 250, o que não se confirmou. Até o momento, só 24% dos trabalhadores tiveram o salário quitado. O depósito de mais R$ 250, previsto agora para esta sexta, deve fazer com que esse índice suba para 35%. O repasse depende do fluxo de recursos do Caixa Único. A previsão do governo é quitar a folha até 20 de abril. Em março, o saldo foi liquidado no dia 11.

O primeiro atraso consecutivo de salários agrava a situação de servidores que já tinham contas no negativo. Mulheres de brigadianos se expuseram e foram às ruas, hoje à tarde, para pedir esmola à população. Uma das líderes do grupo, Claudete Valau, disse não se sentir envergonhada.

“Um senhor que nos deu esmola perguntou se nós não nos sentíamos envergonhadas por mendigar, já que somos esposas de brigadianos. Eu respondi que não, já que é uma ação para o sustento das nossas famílias. Envergonhado deve estar o governador, que não paga os salários de quem trabalha e, ainda, coloca a vida em risco pela defesa da população”, enfatizou.

O grupo ainda manifestou preocupação com o pagamento do décimo-terceiro salário de 2015, que ficou para a metade deste ano. “Não se podia fazer o empréstimo no Banrisul por que o banco exigia que se retirassem ações na Justiça pelo não pagamento do décimo. Agora, além de esperar até a metade do ano, não sabemos se vai ter dinheiro”, frisou Claudete.

Os servidores se mobilizaram ao longo do dia para planejar novos protestos contra o governo. Um pedido de impeachment contra o governador, pelo não pagamento de salários, não está descartado. Um estudo jurídico já foi encomendado sobre a viabilidade da medida. Um parecer inicial apontou pela probabilidade da causa.

Fonte:Voltaire Porto/Rádio Guaíba