Fessergs classifica como ‘desumano’ parcelamento de salário

18445Sérgio Arnoud prevê protestos a partir da manhã desta quinta-feira

A Federação Sindical dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Fessergs) classificou como “desumano” o pagamento parcelado da folha do funcionalismo em março. A primeira parcela, de R$ 1.25 mil, vai ser depositada nesta quinta. O valor do crédito inicial foi confirmado no fim da tarde e vai atingir mais de 3/4 dos servidores estaduais, que não vão receber os vencimentos na integra.

Para o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, o valor repassado pelo Palácio Piratini vai motivar uma onda de protestos e indignação de servidores. “Nós consideramos acima de tudo desumano. É mais um sacrifício que está sendo imposto aos servidores públicos do Estado, que vem sofrendo desde início do governo Sartori uma verdadeira Via Crucis. Os servidores vão reagir certamente com indignação”, pontuou.

Sérgio Arnoud garante que protestos serão realizados em todo o Rio Grande do Sul, a partir da manhã desta quinta-feira. O calendário de atividades vai ser conhecido nas primeiras horas do dia.

O sindicalista ressaltou ainda que o governador José Ivo Sartori está descumprindo decisão judicial ao não pagar o vencimento integral dos servidores, desde o primeiro parcelamento, no fim de 2015. O Palácio Piratini recorre no Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão que determinou o pagamento de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento. O STF ainda não julgou o recurso, lamenta Arnoud.

No início da noite, o governo gaúcho detalhou como vai fazer o pagamento parcelado da folha do funcionalismo. No segundo mês seguido de atraso de salários, mais de 3/4 dos servidores não terão pago os salários na íntegra. Isso porque o crédito inicial, de R$ 1.250 líquidos, a ser pago amanhã, só contempla o vencimento integral de 24,58% dos cerca de 347 mil vínculos do Poder Executivo. A expectativa da Secretaria da Fazenda é complementar as demais oito faixas do salário até 20 de abril, dependendo do comportamento da arrecadação.

O parcelamento atinge servidores ativos, inativos e pensionistas do Poder Executivo, mais os funcionários de autarquias que dependem de recursos do Tesouro. Já os empregados das fundações regidos pela CLT recebem de maneira integral os vencimentos na próxima segunda-feira (4), segundo dia útil do mês.

A folha completa do Poder Executivo fechou o mês em R$ 1,371 bilhão. O valor líquido dos salários chegou a R$ 1,144 bilhão para os servidores da administração direta, fundações e autarquias. O restante envolve compromissos do Tesouro com as consignações e os tributos sobre a folha.

Fonte:Lucas Rivas/Rádio Guaíba