“Não se tira dinheiro de onde não se tem”, repete Sartori sobre ameaça de pedido de impeachment

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Governador conheceu as instalações de remo do Grêmio Náutico União, na Ilha do Pavão. Foto: Gabriel Jacobsen
Governador conheceu as instalações de remo do Grêmio Náutico União, na Ilha do Pavão. Foto: Gabriel Jacobsen

Entidades da segurança pública prometem entrar na Justiça pedindo o afastamento do governador devido ao parcelamento de salário

O governador José Ivo Sartori comentou, nesta sexta-feira, durante evento na Ilha do Pavão, em Porto Alegre, o pedido de impeachment contra ele prometido por entidades da segurança pública. Questionado sobre o tema pela reportagem da Rádio Guaíba, Sartori disse que não há alternativa além do parcelamento de salários do funcionalismo, pois não há recursos em caixa. O governador disse, pessoalmente, considerar mais justo que os servidores que ganhem menos tenham o salário integralizado o mais rápido possível, mas lamentou que decisões judiciais obriguem o governo a pagar igualmente todos os trabalhadores do Executivo.

“Eu acho que hoje nós poderíamos estar pagando aqueles que ganham menos. Infelizmente, pelas ações judiciais, nos abrigam a pagar todos igualmente, na mesma hora, na mesma direção. Eu acho que cada um tem a liberdade de fazer o que acha melhor, mas ninguém tira dinheiro de onde não se tem”, disse.

O governador ainda responsabilizou a economia nacional pela queda na arrecadação de impostos, inclusive do ICMS – que foi aumentado no início de 2016.

“Infelizmente a realidade econômica nacional, o desaquecimento econômico industrial, também nos retirou no ano que passou muito das nossas receitas. E mesmo que nós tenhamos modificado a planta do ICMS, ela ainda assim criou mais dificuldades porque nós vemos uma retração muito grande na receita”, disse.

Em se tratando da política nacional, Sartori disse que foi contrário à aliança do PMDB com o PT desde o início, há 13 anos. “Já tinha dado declaração em 2003 como deputado federal que o PMDB não deveria fazer parte do governo porque era uma forma de cooptação e que isso não seria bom para o PMDB, não seria bom para o governo da época, não seria bom para os partidos como um todo. Quanto à situação nacional, eu espero que a gente possa vencer isso. Espero que sem violência e sem aventura”, disse o governador, que se negou a comentar a qualidade dos três peemedebistas (Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros) que estão na linha sucessória de Dilma Rousseff (PT), caso ela sofra o impeachment.

As respostas do governador foram dadas no início da tarde, após autorizar o início da obra de dragagem no entorno do clube Grêmio Náutico União. O trabalho visa a melhorar a raia olímpica onde a seleção brasileira de remo vai treinar para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Mais cedo, o governador participou da entrega das obras de dragagem da foz do Rio Caí, realizada através de parceria público-privada.

Fonte:Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba