Correio do Povo: Fuga em presídio de Passo Fundo traz novo alerta sobre sistema carcerário do RS

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IMG_81462A atual situação do sistema carcerário gaúcho ficou evidente mais uma vez com uma fuga ocorrida, desta vez no sábado, no Presídio Regional de Passo Fundo. Já na sexta-feira havia sido registrada uma fuga em massa no Presídio Estadual de Carazinho e também a descoberta de um buraco para construção de um túnel na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

O presidente da Amapergs Sindicato, Flávio Berneira, advertiu que as três ocorrências refletem “a falta de investimentos no sistema prisional e recursos na manutenção dos presídios, déficit de pessoal, superlotação e até falta de brigadianos nas guardas externas”. Conforme o dirigente, os presos estão “percebendo a fragilidade e estão intensificando tentativas e fugas”.

Para ele, a preocupação é grande com o agravamento da situação nos estabelecimentos penais. Flávio Berneira ainda lembrou que recentemente foi denunciado o caos do sistema prisional brasileira no Organização Internacional do Trabalho da ONU.

A fuga no Presídio Regional de Passo Fundo ocorreu no final da tarde de sábado, quando um trio de apenados serrou a grade da janela da cela 3 da galeria A e teve acesso até o telhado, onde iniciaram a fuga do estabelecimento penal. Dois dos detentos foram capturados, sendo um pelos próprios agentes penitenciários e outro em seguida por policiais militares. O terceiro preso, considerado perigoso, teve êxito na fuga. Ele já havia escapado do mesmo estabelecimento prisional, com outros quatro apenados, em 26 de março deste ano. No dia 27 de abril, o criminoso e outros dois fugitivos foram recapturados após confronto com a BM em Lajeado.

Na sexta-feira passada, um total de 21 detentos do Presídio Estadual de Carazinho escaparam após abrirem buracos entre as celas da galeria A e alcançarem o telhado antes de chegarem ao lado externo. Seis apenados foram recapturados depois pela BM. Após a fuga, o Grupo de Ações Especiais (GAES) da Susepe realizou uma operação pente-fino no sistema prisional, sendo recolhidos celulares, carregadores, estoques e drogas. No momento da fuga em massa estavam apenas dois servidores de plantão para cuidar de 311 presos.

Ainda na sexta-feira, a Suspe descobriu um buraco aberto no piso do pátio da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Parte do pavimento foi quebrado possivelmente para a abertura de um túnel até a parte externa do complexo.

thumbVinte e um detentos fogem do Presídio Estadual de Carazinho

Presos abriram buraco em cela com saída para rua

Vinte e um detentos conseguiram fugir da Presídio Estadual de Carazinho, no Alto do Jacuí, na manhã desta sexta-feira. De acordo com o diretor da casa prisional, Eberson Tápia de Oliveira, os presos abriram um buraco na parede que dava acesso para a rua. Cinco deles já foram capturados.

Os agentes penitenciários relataram que o alarme da galeria A do presídio disparou pouco antes das 6h. As equipes de plantão foram acionadas, mas quando chegaram ao local os presos já haviam fugido. Segundo Eberson Tápia, os detentos fizeram buracos entre as paredes da cela até chegar a de número 11, que dá acesso à rua.

“Temos 11 celas nessa galeria. Eles furaram e interligaram das celas seis até a 11, por onde fugiram. O presídio foi construído em 1953 e as janelas dão para a rua. Temos uma cerca que é a contenção. Não existe muro, os apenados se apropriaram dessa estrutura frágil”, relatou Eberson Tápia de Oliveira à Rádio Guaíba.

O diretor do presídio revelou ainda que entre os fugitivos estão presos de alta periculosidade. “Entre os que 21 que fugiram praticamente foram abrangidos todos os tipos de delitos. Temos apenados perigosos. Um apenado já possui vários delitos, como assalto e tráfico. Ele já tinha fugido em fevereiro e eu estava com pedido de transferência para uma penitenciária de maior segurança. É um assaltante, considerado perigoso”, disse.

O Presídio Estadual de Carazinho, que tem capacidade para 132 vagas, abriga 243 presos. O diretor da casa prisional informou ainda que apenas dois agentes penitenciários – recomendável é de um agente para cada cinco detentos – estavam no presídio do momento da fuga. Eberson Tápia afirmou que será aberta uma investigação para verificar se houve falha dos agentes nas fugas ou apenas problema estrutural.

Brigada Militar / Divulgação / CP

Fonte:Correio do Povo