Bento Gonçalves e Farroupilha terão mutirão para agilizar espera por PPCI

20401010Objetivo é diminuir o tempo de espera para a análise inicial dos projetos, como ocorreu em Caxias

Por: Cristiane Barcelos
A mesma força-tarefa que fez cair pela metade a espera pela primeira análise do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) em Caxias deve chegar em agosto a Bento Gonçalves e Farroupilha. Segundo o titular do 5º Comando Regional de Bombeiros (5º CRB), tenente-coronel Cleber Valinodo Pereira, a ideia é reduzir a espera nessa etapa para até 90 dias nas duas cidades. Em Bento Gonçalves o prazo hoje é de 190 dias, e em Farroupilha, 150.

Em Caxias do Sul, a demora que chegava a 180 dias caiu para 95, índice considerado bom já que a meta estabelecida pelo Comando-Geral dos Bombeiros é de 90. A cidade chegou a esse índice depois da operação Contagem Regressiva, uma espécie de mutirão de duas semanas.

Entre o final de maio e o início de junho, 10 servidores de outras regiões, experientes na análise de PPCIs, foram deslocados para atuar em Caxias. Essa mesma alternativa é a que será aplicada em Bento e Farroupilha. A expectativa de Valinodo é contar com cerca de 12 bombeiros de 12 comandos regionais do Estado. O recrutamento de soldados de todo o Rio Grande do Sul é a solução encontrada pelo comando estadual, diante do baixo efetivo e do limitado número de horas extras, que chegou a fechar os quartéis de São Marcos e Flores da Cunha por alguns dias e ainda afeta parte dos serviços de Caxias.

— Eles ficaram duas semanas em Caxias, onde o fluxo é bem maior, então a expectativa é de bons resultados em Bento e Farroupilha. Nossa ideia é no final de agosto estarmos cumprindo o prazo nessas duas cidades (Bento e Farroupilha), que será de 90 dias de espera — projeta o titular do 5º CRB.

Em Caxias, os reflexos do mutirão já começam a ser sentidos. Como o Habite-se e os alvarás de funcionamento liberados pela prefeitura estão atrelados à nova regra de prevenção a incêndios, a demora na emissão do alvará do PPCI pode atrasar abertura de empresas, compra e aluguel de imóveis. Na Câmara de Indústria e Comércio (CIC), onde associados costumam reclamar, já se percebe progressos.

— Não temos recebido mais tantas reclamações. Os associados salientavam muito a espera e também a falta de informações, porque a lei (de prevenção de incêndios) é bastante complexa — aponta Victor Hugo Gauer, diretor-executivo da CIC.

Demais cidades da região estão em dia

Além de Caxias, que conseguiu colocar a espera inicial em dia, e de Bento Gonçalves e Farroupilha, que receberão a força-tarefa em agosto, os outros seis quartéis do CRB na região estão com o prazo dentro dos 90 dias. No total, o atendimento é para 48 municípios.

Segundo o comandante do 5º CRB, tenente-coronel Cleber Valinodo Pereira, a demora para emitir o PPCI é justamente nessa primeira etapa, já que as mudanças na legislação de prevenção a incêndios, provocadas pela tragédia da Boate Kiss, exigiram adequação dos projetos.

— Teve que ter adequação dos profissionais, engenheiros, arquitetos… Muitas vezes o projeto entra com erro, depois o profissional demora a corrigir. No que compete ao Corpo de Bombeiros, estamos tendo celeridade no processo — avalia o tenente-coronel.

O Setor de Prevenção de Incêndios do quartel de Caxias faz, em média, cerca de 80 atendimentos ao dia. O serviço é apenas para edificações caxienses.

Atendimento segue parcial em São Marcos e Flores

Os quartéis do Corpo de Bombeiros de São Marcos e Flores da Cunha, que chegaram a ser fechados por alguns dias, seguem com atendimento parcial. Desde o último sábado, as unidades atendem das 8h às 20h, horário escolhido por concentrar a maior parte das ocorrências. Fora desses horários, São Marcos recebe socorro de Vacaria, e Flores da Cunha, de Caxias do Sul.

Já em Caxias do Sul, os quartéis da Zona Norte e do bairro Cruzeiro seguem completamente parados. Já no Desvio Rizzo, não há expediente nas terças e quintas. Na unidade central, na Rua Vinte de Setembro, onde ocorre o atendimento para emissão de PPCI, o trabalho é normal.

O tenente-coronel Cleber Valinodo Pereira diz que essa é a situação segue até o final desde mês. Para agosto, o expediente dos quartéisdependerá da remessa de horas para o mês, ainda não informada pelo comando-geral dos bombeiros.