Jacini foi questionado sobre ações para evitar crimes em casas de saúde.
Nesta quarta, um homem foi morto e outro se feriu no Hospital da PUCRS.
Do G1 RS
Um dia após um homem ter sido morto a tiros e outra pessoa ficar ferida em frente à recepção do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na Zona Leste de Porto Alegre, o secretário estadual de Segurança Pública, Wantuir Jacini, foi questionado sobre o assunto. Segundo ele, não é função da Brigada Militar fazer a segurança dentro de hospitais.
“A Brigada Militar tem a atribuição de fazer o policiamento nas áreas públicas. Nas áreas internas e privadas, como hospitais municipais, não é atribuição da Brigada”, disse o secretário.
Questionado sobre uma possível política em caráter emergencial para evitar novas ocorrências deste tipo, Jacini diz que já há um reforço no policiamento.
“Há o policiamento da cidade, esses hospitais estão dentro da cidade. Dentro do hospital, não é atribuição da Secretaria de Segurança”, afirma.
O crime aconteceu por volta das 15h30 desta quarta (24) dentro da área do hospital, mas na parte externa, em frente à entrada da recepção.
A vítima foi identificada como Fabiano Lemos, de 37 anos. Outro homem que estava no local foi atingido por uma bala perdida, e foi hospitalizado. Ele não tem relação com a vítima e nem com os criminosos. Um vídeo obtido pela RBS TV mostra a ação (veja acima).
A polícia não identificou suspeitos, mas o delegado Rodrigo Reis, da 1ª Delegacia de Homicídios da capital gaúcha, acredita que o assassinato tenha relação com o histórico de crimes da vítima, que tinha antecedentes por tráfico de drogas, homicídio, roubo e porte ilegal de arma.
“A motivação do delito não sabemos. Seria leviano afirmar a motivação, mas ele possui diversos antecedentes, especialmente por tráfico”, disse Reis.

Uma mulher que não foi identificada pela reportagem disse ter presenciado a situação.
“Não queira saber o pavor que foi. Gente gritando, um senhor de cadeira de rodas caiu no chão. Cadeira para um lado e o velhinho para o outro”, relatou, ainda assustada.
Segundo o Comando do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), os quatro autores do assassinato chegaram ao local em um Corolla, que também foi usado na fuga. O veículo foi encontrado parcialmente queimado nas proximidades da Avenida Ipiranga, perto do local. Testemunhas relataram que os quatro homens deixaram o automóvel e ingressaram em uma caminhonete vermelha que os aguardava.
Ainda antes do assassinato, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) já havia solicitado providências ao governo. A entidade diz que somente na capital gaúcha neste ano, oito ocorrências semelhantes já foram registradas em hospitais. Em todo o estado, foram 14 em 2014 e 33 no ano passado.
“Tomou-se uma decisão de criar uma câmara técnica com a participação do sindicato para ajudar em propostas para enfrentar a situação. Em primeiro lugar, tem que se aumentar o efetivo para fazer a segurança em locais de grande acesso de população, como os hospitais e UPAs (unidades de pronto-atendimento)”, disse o médico José Luis Eltz, diretor da entidade.