Colapso no sistema carcerário gaúcho faz com que detentos sejam mantidos em viaturas policiais
A falta de vagas em presídios no Rio Grande do Sul produziu uma cena inesperada na manhã desta quarta-feira. Dois presos foram algemados a uma lixeira em frente ao Palácio da Polícia, em Porto Alegre. As informações são da Rádio Gaúcha.
O ocorrido expõe a crise no sistema prisional gaúcho, na qual presos têm sido mantidos em delegacias por conta da superlotação das penitenciárias. Recentemente, detentos foram mantidos em viaturas policiais também devido à falta de vagas.
A falta de vagas em presídios e na carceragem das delegacias de Porto Alegre fez com que 10 policiais militares custodiassem presos em frente ao Palácio da Polícia. Nesta manhã, cinco viaturas e duas motocicletas da Brigada Militar (BM) estavam paradas na Avenida Ipiranga.
Os policiais têm se revezado em turnos de 12 horas para realizar a custódia dos presos. Não fosse a superlotação, os veículos estariam em patrulhamento.
Segundo a BM, os dois presos passaram parte da madrugada algemados na lixeira. Trata-se de foragidos que foram detidos durante uma abordagem policial na noite de segunda-feira. No local, outros três presos também estão sob custódia dentro de duas viaturas.
Quatro PMs estão fora de serviço para realizar o acompanhamento dos detentos. A Polícia Civil não informou quantas pessoas estão detidas na carceragem do Palácio da Polícia.
Secretário da Segurança anuncia alternativa nesta quarta-feira
O secretário da Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer, irá anunciar, na tarde desta quarta-feira, um pacote de medidas para amenizar a superlotação nas Delegacias de Polícia (DPs) e a consequente presença de presos em viaturas em Porto Alegre e na Região Metropolitana. A principal ação seria o uso de contêineres para fazer a triagem de detentos que aguardam liberação de vagas em presídios.
O plano será apresentado em entrevista coletiva às 14h, na sede da secretaria. As medidas buscam, principalmente, desafogar estruturas da segurança, como as delegacias — hoje, impossibilitadas de atender presos provisórios.
