SP: Mãe cumpre promessa e filho com síndrome rara conhece a PM

visitaDona de casa acionou equipe para fazer surpresa ao filho de 13 anos.
Médicos deram seis meses de vida ao garoto de Salto, diz família.

Mayara CorrêaDo G1 Sorocaba e Jundiaí

O telefone 190 da Polícia Militar, usado para a comunicação das mais diversas denúncias de roubos e outros casos de violência, recebeu uma ligação muito especial nesta terça-feira (13) em Salto. O chamado foi feito pela moradora Marta Miranda de Souza, 41 anos, que pedia que a PM fosse até a sua casa realizar o sonho do filho Wellerson Murilo de Souza, de 13 anos, que há três anos foi diagnosticado com a síndrome de Momo, uma doença rara que afeta o seu desenvolvimento.

Devido ao tratamento e medicamentos que toma diariamente, o garoto tem imunidade baixa e precisa ser levado ao hospital frequentemente. Depois de passar o fim de semana internado no hospital da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Murilo ouviu da mãe que, quando recebesse alta, realizaria o sonho de conhecer os policiais militares de perto.

“Eu cumpri essa promessa. Sempre fizemos de tudo para ele ficar feliz, mas ontem [terça-feira, 13], os médicos desengaram meu filho. Disseram que não tem mais nada que possam fazer e deram seis meses de vida”, afirma Marta.

Apesar de nunca ter conseguido falar, a família sempre notou que Murilo gostava da PM e ficou feliz com a surpresa. Além de entrar na viatura, ele usou um quepe dos policiais para fazer fotos. “Quando a gente sai de carro e ele vê uma viatura logo dá tchau, manda beijo, sempre fica contente”, conta a mãe. A visita dos policiais foi uma promessa da dona de casa ao filho, que teve alta do hospital na véspera.

Policiais deram quepe para Murilo registrar a visita (Foto: Arquivo pessoal)
Policiais deram quepe para Murilo registrar a visita (Foto: Arquivo pessoal)

“Meu filho é a minha vida” 
Para deixar a rotina do menino cercada de carinho e amor, os pais e o irmão de 21 anos pretendem proporcionar cada vez mais momentos de diversão e alegria.

Há poucos meses os médicos detectaram três tumores no organismo de Murilo, um no esôfago e dois na coluna. O tratamento de quimioterapia chegou a ser iniciado, mas como os efeitos colaterais foram agressivos, Marta conta que os médicos preferiram continuar com a medicação normal, para tratar sintomas da síndrome.

“Respiro ele, meu filho é minha vida e falei que, enquanto estiver respirando, não vou abandonar, jamais vou deixá-lo”, diz a dona de casa.

Doze horas após o nascimento Murilo teve a primeira crise convulsiva, que deu início a anos de exames para descobrir a doença. Marta afirma que o filho é o terceiro paciente do mundo diagnosticado com a síndrome de Momo.

Murilo com a mãe Marta (Foto: Arquivo pessoal)
Murilo com a mãe Marta (Foto: Arquivo pessoal)

Por conta disso, o garoto começou a andar aos quatro anos e nunca conseguiu falar. O acompanhamento com profissionais é feito cinco vezes por semana, com sessões de fisioterapia e fonoaudiologia para estabilizar a respiração. “Minha vida é em hospital. Vamos viver ele, aproveitar cada momento como se fosse o último”, afirma a mãe.

Para o sargento Alex Sandro Viana Backx atender ao pedido de Marta foi uma realização ainda maior aos policiais. “Não temos palavras para agradecer. Saber que uma pessoa reconhece o nosso trabalho é uma alegria enorme.” O sargento afirma que a expressão de Murilo ao ver os policiais marcou a visita. “Era uma criança realizada. Em 19 anos é a primeira vez que atendo a um pedido desse”, afirma.

Murilo na viatura (Foto: PM/Divulgação)
Wemerson Murilo foi convidado a entrar na viatura (Foto: PM/Divulgação)