Rádio Guaíba: Coordenador de campanha de Sartori classifica como “fantasiosa” delação da JBS que cita propina

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João Carlos Bona Garcia disse que não há credibilidade no que ‘parece ser uma conversa de bar’

O coordenador financeiro da campanha de José Ivo Sartori, João Carlos Bona Garcia, reiterou, neste sábado, que todas as doações recebidas pela chapa que se elegeu em 2014 foram legais e classificou como fantasiosa a delação do diretor da JBS, Ricardo Saud, que cita pagamento de R$ 1,5 milhão em propina, em forma de doação oficial dissimulada, para a corrida eleitoral do Rio Grande do Sul em 2014.

Conforme o delator, a campanha de Sartori recebeu os recursos com a intercessão do então candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves. O teor das delações foi liberado nessa sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, Sartori repudiou as acusações: “nunca participei desse mar de lama. Não me misturem com essa gente”, afirmou.

Em menos de 30 segundos, Saud explica o trâmite para o repassar os valores. “Daí o Aécio deu R$ 1,5 milhão deste dinheiro, desta propina, para o Sartori”, revela o diretor ao procurador do Ministério Público Federal. O diretor sustenta que o repasse partia do tucano porque Sartori era “dissidente” da cúpula do PMDB e, além de não apoiar a candidatura de Dilma Rousseff em 2014, como o restante da legenda, concorria contra o PT, de Tarso Genro, no Rio Grande do Sul.

Neste sábado, Bona Garcia explicou que as doações da JBS para campanha de Sartori foram todas feitas dentro da legalidade e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Na prestação de contas, o governador declarou ter arrecado mais de R$ 10,8 milhões. Desse montante, dois repasses vieram diretamente da JBS: uma doação de R$ 1 milhão e outra de R$ 1,5 milhão.

Além disso, a Executiva Nacional do PMDB realizou quatro repasses de dinheiro proveniente da empresa nos valores de R$ 20 mil, R$ 14,2 mil, R$ 90 mil e R$ 60 mil. Segundo Bona Garcia, todas as doações foram comprovadas por meio de nota fiscal.

“Toda a colaboração da JBS para a campanha da majoritária foi estritamente legal, foi por transferência eletrônica. Saiu da conta da JBS diretamente para conta do candidato. Então não tem ilação qualquer outra que faça… Imediatamente foram dados os recibos”, assegurou.

Para Bona Garcia, o vídeo divulgado citando Sartori não apresenta credibilidade. “É muito fantasiosa (a delação). Eu fiquei triste com o País porque aquilo ali parecia uma conversa de bar”,

Em meio à crise política, o coordenador financeiro da campanha de Sartori ainda sugeriu nomes para conduzir o Brasil no lugar do presidente Michel Temer como ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Justiça e Defesa, Nelson Jobim, além do ex-senador da República, Pedro Simon.

Na planilha entregue por Ricardo Saud à força-tarefa da Operação Lava Jato, o empresário sustenta que repassou mais de R$ 500 milhões em doações a candidatos em 2014. Segundo ele, 16 governadores eleitos receberam propina, sendo quatro do PMDB.

Fonte:Lucas Rivas/Rádio Guaíba