ZERO HORA: Quem era o policial morto por criminosos em operação em Gravataí

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Rodrigo Wilsen da Silveira participava de ação em um condomínio Gravataí quando criminosos reagiram e mataram o policial com um tiro na cabeça

Por: Eduardo Torres

Assim o policial civil Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, é definido pelos colegas. Ele foi morto durante operação contra o tráfico de drogas em Gravataí, na manhã desta sexta-feira (23).

Rodrigo entrou na Polícia Civil em 2012, a 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí era o seu primeiro posto. Escrivão e chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia do município, Rodrigo era casado com a colega de equipe de investigação dele, escrivã Raquel Bersagli. Ela estava junto no momento em que criminosos atiraram contra os policiais e, em estado de choque, se negava a deixar o local. Foi preciso a chegada do psicólogo da Polícia Civil ao condomínio para que Raquel fosse retirada do local.

Em fevereiro, Rodrigo havia assumido a chefia da investigação da 2ª DP de Gravataí. Pai de dois filhos, tinha ainda dois enteados no relacionamento com Raquel.

Mário Viegas, 55 anos, que atua como comissário, foi um espécie de professor na delegacia para Rodrigo.

— Não tenho dúvida que ele se tornaria um dos melhores chefes de investigação da Polícia Civil. Extremamente preparado e conhecedor da função — lamentou.

— Fica muito difícil refletir nesse momento, mas toda essa equipe que estava nessa ação começou comigo — disse. — Fica muito difícil refletir nesse momento, mas toda essa equipe que estava nessa ação começou comigo — lamenta.

Entenda o caso

Rodrigo Wilsen da Silveira, escrivão e chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia do município, tentava cumprir um mandado em um condomínio de apartamentos na Travessa Herbert, na região central de Gravataí, quando um dos cinco criminosos que estavam no local atirou.

O policial levou um tiro na cabeça e foi levado por colegas para o Hospital Dom João Becker, de Gravataí, mas não resistiu.

A operação tinha como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em tráfico de drogas. De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Metropolitano, delegado Fábio Mota Lopes, os investigadores sabiam que os alvos poderiam ter drogas e armas, mas foram surpreendidos pelo ataque.

Ainda conforme o diretor do DPM, Rodrigo estava à frente de uma equipe de seis agentes, entre eles a sua mulher, que foi executar os mandados em um dos apartamentos de um condomínio. Quando eles ingressavam pela porta principal, o disparo veio de dentro, atingindo o policial.

Após o ataque, os cinco suspeitos que estavam no local — uma mulher e quatro homens — foram presos em flagrante. Armas, munição, drogas e dois veículos — um deles roubado — foram apreendidos ao final da operação.

Também agente da polícia, mulher da vítima presenciou a morte do marido Chega de helicóptero em Gravataí o psicólogo da Polícia Civil que vai auxiliar a esposa do agente, que presenciou a execução

Mulher de policial atuava na mesma operação em que marido foi morto

Rodrigo Wilsen da Silveira participava de ação em Gravataí quando criminosos reagiram e mataram o policial com um tiro na cabeça

Foi preciso a chegada do psicólogo da Polícia Civil ao condomínio onde o escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, para que a companheira dele, Raquel Bersagli, também escrivã, fosse retirada do local. Colega de equipe de investigação dele, ela estava junto no momento em que criminosos atiraram contra os policiais e, em estado de choque, se negava a deixar o local.

Velório de policial civil morto em Gravataí será em Porto Alegre

Colegas do escrivão estão organizando um protesto às 16h em frente ao Palácio da Polícia

O velório do policial civil Rodrigo Wilsen da Silveira, morto em Gravataí nesta sexta-feira, vai ocorrer no Cemitério Municipal São João, em Porto Alegre. Ainda não foi definido o horário da chegada do corpo, nem do enterro.

Em solidariedade, colegas de farda do escrivão estão organizando um protesto em frente ao Palácio da Polícia. Conforme o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), Isaac Delivan Lopes Ortiz, a manifestação começará às 16h e, na sequência, o grupo irá em carreata até o local do velório, com as sirenes ligadas. Também está sendo articulada a paralisação de parte dos serviços policiais por uma semana. Essa medida ainda está em discussão pelo sindicato.

— Sairemos do Palácio da Polícia com as sirenes ligadas pedindo condições adequadas de trabalho. Há uma deficiência, um enfraquecimento na segurança pública. Priorizar esse setor, é priorizar a vida — disse Ortiz.