Jornal Ibiá: Saúde mental dos alunos-soldados preocupa diretor

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ESFEs. Criação de núcleo de atendimento psicológico e melhorias na unidade fazem parte dos planos do novo gestor


O tenente-coronel João Luís Machado foi comandante do CRPO/VC e do 5º BPM de Montenegro

Por Clarice Almeida

O tenente-coronel João Luís Machado passa por um novo momento profissional. No mês de fevereiro, ele assumiu a função de Diretor da Escola de Formação e Especialização de Soldados (ESFEs). Embora seja a sua primeira experiência na área educacional, João Luís já sabe o que é preciso melhorar na estrutura e na parte de acolhimento da escola. Entre suas metas de trabalho está a busca pela implementação de um núcleo de atendimento psicológico aos alunos-soldados. A intenção é orientar e prevenir novos casos de suicídios entre policiais militares.

O diretor afirma que há uma grande preocupação com o quadro docente do Curso de Formação de Soldados. “O grande desafio hoje é ter a capacidade de gerenciar os instrutores. Como Montenegro tem poucos oficiais e a gama de disciplinas que são abordadas no curso é muito grande, a gente precisa de força humana de fora”, conta. Contudo, essa não é a única nem a maior pauta a ser tratada pelo gestor de ensino. “Tem muitas coisas com as quais a gente deve se preocupar para fazer uma boa gestão”, diz o tenente-coronel.

“A Escola é uma unidade de tamanha importância para a Brigada Militar. É onde a atividade começa a ser desenvolvida, onde começamos a forjar os soldados. Existe uma doutrina que a gente precisa passar pra eles para que possam ter bom desempenho na rua”, detalha. Por isso, há atenção especial a qualificação e também ao lado emocional e psicológico dos futuros profissionais. “Além dos alunos passarem no exame psicotécnico, que faz a análise de um perfil adequado para ser policial, nós temos um acompanhamento, aqui dentro. A gente constata a situação sanitária do aluno e, em caso de qualquer problema, usamos recursos que temos disponíveis na Brigada”. Nesses casos é feito um encaminhamento para atendimento em Porto Alegre, mas o diretor gostaria que a escola tivesse condições de fornecer esse tipo de serviço aqui mesmo. “Não é a situação ideal, nós deveríamos ter um núcleo de atividade de saúde mental para que pudéssemos fazer um acompanhamento diário, dos alunos”, avalia.

De acordo com o tenente-coronel a busca pela implementação do núcleo é uma “luta” constante. “Eu tenho tentado angariar esse recurso humano para nos ajudar, mas as demandas são muito grande em toda a Brigada. Hoje está difícil conseguir esse núcleo de atendimento psicossocial para que nos acompanhem. Mas na medida do possível, eles nos alcançam os recursos necessários para que a gente possa orientar bem o aluno”, complementa.

“Gostaria de ter um núcleo dentro da Escola para que se tivesse acompanhamento diário. Focado na saúde mental do aluno”, pontua.

Em relação à parte física da escola João Luís relata que muitas coisas ainda precisam ser melhoradas, mas da forma como está não atrapalha, em nada, o processo de qualificação. “Como qualquer estrutura física, precisa sofrer algum aperfeiçoamento na rede elétrica, na rede estrutural, como um todo, mas percebo que ela, hoje, caminha pra uma estrutura mais adequada”, conclui.