Sem resolver problemas de vagas, Estado transforma a calçada de uma quadra em “prisão” na Capital

Desde a manhã desta sexta-feira (12), veículos foram deslocados da Avenida Ipiranga para a Rua Delegado Grant, ao lado do Palácio da Polícia

Cenas cotidianas em Porto Alegre: pessoas detidas algemadas aos carrosMarco Favero / Agencia RBS

GAUCHAZH

Desde a manhã desta sexta-feira (12), quem passa pela Avenida Ipiranga não encontra mais viaturas lotadas de presos estacionadas em frente ao Palácio da Polícia. Em comum acordo, Polícia Civil e Brigada Militar decidiram deslocar os veículos — que estão sendo utilizadas para manter os detentos — para a Rua Delegado Grant, que é lateral ao prédio e possui movimento bem inferior ao da Ipiranga.

A medida, segundo a Diretora do Departamento de Polícia Metropolitano, Adriana Regina da Costa, foi tomada para liberar o acesso de pedestres na calçada da avenida, evitar bloqueios de trânsito, como os que vinham ocorrendo, alem de não causar transtornos a pessoas que procuram os serviços da 2° Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (2°DPPA) e da Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso, que ficam exatamente no local em que estavam as viaturas.

— Foi uma decisão pensada na população por essas três questões. As viaturas permanecem na rua lateral de maneira temporária até que haja um local definido para abrigar esses presos — disse a delegada.

Durante a tarde, por volta das 14h, a reportagem de GaúchaZH identificou 11 viaturas da Brigada Militar e duas da Guarda Municipal fazendo a custódia de 18 presos na Rua Delegado Grant. Alguns estavam algemados dentro das viaturas e outros, deitados do lado fora. Com frequência, os PMs se revezam para escoltar grupos de três a quatros presos até uma das entradas do Palácio da Polícia, na Avenida Ipiranga. Lá, eles iam ao banheiro e enchiam garrafas plásticas de água.

O trânsito na rua está totalmente bloqueado para veículos. Apenas pedestres conseguem transitar livremente.

A situação de presos aguardando vagas no sistema prisional não se restringe apenas à 2° DPPA, no Palácio da Polícia. A reportagem apurou que em toda a Região Metropolitana, na tarde desta sexta-feira (12), 180 presos esperavam abertura de vagas nos presídios. Eles estavam custodiados em viaturas ou em celas de delegacias.