Após a confusão entre a Brigada Militar e torcedores do Inter, antes do jogo de quinta-feira, a corporação e a Promotoria do Torcedor devem propor que o clube fique responsável pela segurança do ônibus da delegação no trajeto até o estádio.
A alternativa foi discutida por representantes da BM e do Ministério Público ontem. O Inter incentiva as “Ruas de Fogo”, efeito criado pela torcida com sinalizadores nos arredores do Beira-Rio. Segundo a Brigada, a chuva que caía na quinta-feira fez com que a fumaça não se dissipasse, prejudicando a visibilidade do motorista e impedindo a passagem do ônibus com os jogadores.
Assim, os policiais agiram para dispersar a multidão, e teriam sido recebidos com foguetes e pedras. Integrantes de torcidas organizadas contestam a versão e reclamam de truculência.
– Não há problema com as ruas de fogo. Nós sabíamos que iria ocorrer e estávamos preparados. Mas ali, na frente do estádio, a situação ficou insustentável e perigosa. A tropa teve de reagir – destacou o tenente-coronel Antônio Carlos Maciel, comandante do 1º BPM.
Segundo a BM, cinco torcedores envolvidos na confusão foram encaminhados ao Juizado Especial Criminal. Maciel confirma que houve uso de balas de borracha durante o tumulto.
– Existem orientações claras e uma técnica específica para realizar os disparos. Para toda ação, há uma reação. Se essa reação foi inadequada, iremos averiguar – disse.
Alguns torcedores apontam excessos dos policiais.
– Teve gente que se machucou feio. Eu estava mais longe e via os sinalizadores voando. As pessoas jogavam longe enquanto fugiam dos cavalos que vinham para cima – contou o torcedor Tarso Ferraz da Silva Filho.
ANDRÉ BAIBICH
ZERO HORA