O presidente da ABAMF e da ANERMB – Associação Nacional das Entidades Representativas dos Policiais e Bombeiros Militares – em entrevista, dia 15 de maio, mostrou preocupação com os crescentes movimentos reivindicatórios que tomam as ruas, incluindo também os militares estaduais do Brasil inteiro. Para Leonel Lucas as mobilizações mostram a falta de diálogo e negociação com as categorias de trabalhadores.
No RS, o episódio do bloqueio da BR 285 com a colocação de faixa conclamando para uma greve nacional, reflete a indignação com a negativa do governo gaúcho aplicar novo plano de carreira para soldados, sargentos e tenentes, aplicando o ingresso na Corporação somente com nível universitário.
Em Pernambuco, os PMs cruzaram os braços protestando contra a falta de reajuste digno. O impacto foi imediato. Nas ruas, uma sucessão de assassinatos, depredações e saques. ” Ao invés do governo negociar, prefere reprimir, isso causa mais indignação”, alertou o presidente da ANERMB. Em outros estados, os movimentos por melhores salários e condições de atendimento a sociedade repetem-se. Foi assim no Pará, Maranhão, Distrito Federal.., enfim, em todos os cantos do País ocorre alguma manifestação.
Em contrapartida, os governos criam tropas de elite prontas para a repressão, mas não negociam, não mostram boa vontade, nem reconhecem o importante valor dos trabalhadores brasileiros. Os policiais militares, por exemplo, esperam pela conclusão da votação da PEC 300, no entanto o governo usa todos os expedientes para evitar a aprovação do piso nacional da categoria. De acordo com Leonel Lucas, “isso seria a solução para as desigualdades salariais nas Polícias Militares no Brasil.”
Paulo Rogério N. da Silva
Jornalista ABAMF