Grupo planeja ações para o restante do dia em frente à corporação, que marcam o início de protesto de entidades pelo Estado
Um grupo se manifestantes está desde às 10h de quarta-feira (4) em frente ao 4º Batalhão de Polícia Militar, na avenida Bento Gonçalves, em Pelotas. O grupo, formado por representantes de associações de policiais militares gaúchos, se reúne protestando contra a prisão do presidente da Associação de Cabos e Soldados Policiais Militares (ACSJAR) e sargento João Domingues, detido desde às 7h de quarta-feira na sede do batalhão.
O diretor da Associação de Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), Dagoberto Valteman, e o diretor de assuntos políticos da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (ABAMF), Jairo Rosa, vieram de Porto Alegre em soliedariedade ao colega. “Estamos aqui prestando apoio a João Domingues. Consideramos que a sua detenção é uma tentativa de desqualificar a categoria e as entidades”, afirma Valteman.
Segundo o assessor de comunicação da ACSJAR, Anderson Rodrigues, o grupo planeja diversos atos, como manifestação, ao longo do dia. “Acabamos de receber o pessoal do Grupo Conexão, mantido pela associação para se unir ao nosso protesto. Às 21h, está previsto uma missa simbólica, com velas, para simbolizar o luto pela morte da democracia”, destaca.
Manifestos no Estado
Jairo Rosa confirma que o protesto desta quinta marca o início das manifestações das entidades ligadas à BM em todo o Rio Grande do Sul. “O ato que realizamos aqui é o ponto de partida para o início dos protestos pelo Estado. Começamos o nosso movimento de luta por melhores salários, plano de carreira, carreira única, etc. Os policiais não podem realizar greves, mas manifestaremos com faixas, concetrações e assembleias regionalizadas por todo o RS”, destaca.
O caso chegou à Assesmbleia Gaúcha por meio do deputado estadual Nelson Harter (PMDB), que expor sua opinião contrária à detenção. Segundo o site da assembleia, o deputado teve informações que o fato poderia ter sido motivado pela posição do presidente da Associação de Cabos e Soldados contrária ao projeto do governo de reajuste salariais do nível médio da Brigada (soldados, cabos e tenentes), que propõe correções entre os anos de 2015 e 2018. “Já recebemos manifestações de que a proposta amplia a diferença entre os níveis salarias entre cada função, por isso a rejeição por parte dos brigadianos”, manifestou-se o parlamentar.
A versão do comando
Sobre a detenção do presidente do sindicato, o comando do 4º BPM informou à reportagem que apenas está cumprindo ordens do Comando Geral da Brigada Militar. Conforme assessoria de imprensa, José Domingues sofreu punição disciplinar de detenção por dois dias, a contar de ontem, no 4º BPM, conforme resultado do processo administrativo instaurado dia 8 de fevereiro de 2010. O acusado teve ampla defesa e contraditória.
A decisão foi data no dia 3 de outubro deste ano, sendo que a motivação do processo se deu em função do sargento – na ocasião – ter publicado e distribuído, em frente ao batalhão, panfletos cujo contexto incitava seus colegas contra os comandantes da corporação.
Por: Igor de Campos