O sargento da BM Ronaldo Bandeira percebeu que havia gritos pedindo socorro quando um cidadão se identificou como vítima de assalto
Policial militar há 26 anos e comandante da patrulha no momento em que a perseguição aos assaltantes foi deflagrada, o sargento Ronaldo Bandeira, 48 anos, conta que realizava um ronda de rotina quando avistou um tumulto na rua Portugal. Percebeu que havia gritos pedindo socorro quando um cidadão se identificou como vítima de assalto.
Zero Hora — Como foram os primeiros momentos da perseguição?
Ronaldo Bandeira — Coloquei a vítima para dentro da viatura e saímos para fazer o acompanhamento. Eles começaram a subir nas calçadas, andar desgovernados. Quando chegou na esquina da Silva Jardim e Fabrício Pillar colocaram armas para forma e efetuaram disparos contra a viatura. Chocaram o carro contra o veículo de uma senhora de 43 anos. Paramos para ver se ela estava baleada, mas felizmente foram apenas ferimentos leves da batida. Enquanto isso, eles continuaram disparando em frente à academia.
Vídeo mostra a movimentação após o tiroteio:
Zero Hora — Foram muitos os disparos?
Bandeira — Foi nesse momento que começamos a revidar. Daí desceram a rua e foram encurralados pelas viaturas. O tiroteio estava bem acirrado, foram bem mais de dez disparos. Eles carregavam a munição a todo momento. Saíram da galeria e foram até a Quintino Bocaiuva, próximo a Castro Alves, onde roubaram um novo carro e recomeçou o tiroteio. Um dos elementos veio a óbito e o outro largou a arma e fugiu em direção aos prédios. Achamos que ia entrar em algum condomínio, mas acabou sendo alcançado por nós.
Zero Hora — Como é o reconhecimento do policial em um caso como esse?
Bandeira — Tivemos que conter o pessoal para não atacarem o assaltando que foi preso. Queriam invadir a viatura e linchá-lo. Mas saímos de lá recebendo aplausos. A princípio foi uma ação bem executada. Agora nossas armas serão recolhidas para saber qual de nós alvejou o assaltante. Mas soube que até o governador mandou os parabéns pela ação.
Zero Hora — Como o cidadão comum deve proceder diante de um tiroteio?
Bandeira — As pessoas que presenciam um fato desses não devem sair na rua correndo, ligando ou tirando foto de celular. Podem ser confundidas com policiais ou delinquentes e acabar levando a pior. O melhor a fazer é se jogar no chão, manter a calma e tentar chamar o mínimo de atenção possível.
Zero Hora — O que sente diante de um fato como esse?
Bandeira — Como pessoa, me entristece ver tanta gente roubando carro por causa de droga. Como policial, é chocante chegar nessas ocorrências, mas alguém tem que fazer esse trabalho. Se os ladrões estão nas ruas têm que saber que a polícia está também. Me considero experiente para enfrentar esse tipo de situação.
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