Reforço para Copa do Mundo

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GREVE

Porto Alegre terá reforço de 2 mil PMs do Interior durante a Copa

Municípios com potencial de protestos não ficarão descobertos, garante coronel

Pedro Moreira*

A partir de 15 de maio, um em cada cinco policiais militares do Estado estará em Porto Alegre. Com a ampliação do efetivo da Brigada Militar para reforçar a segurança na Copa, irão desembarcar na capital gaúcha cerca de 2 mil PMs vindos do Interior.

Haverá um efetivo de 4,8 mil na sede gaúcha do Mundial, entre aqueles que atuarão no evento e os responsáveis pelo policiamento regular. O desfalque em pelotões de outras cidades causa apreensão na categoria.

Ao todo, são 23 mil homens em atuação no Estado, de acordo com números oficiais do governo. A previsão da corporação é de que 2.956 policiais e bombeiros atuem na segurança do Mundial. Desses, 402 serão agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOE), que tem sedes, além da Capital, em Santa Maria e Passo Fundo. Em meio ao aumento no número de roubos a comércio e casas e a um número de 28 assassinatos em pouco mais de quatro meses, Santa Maria deve ceder 200 homens do BOE.

– Essa eventual falta será suprida com horas extras para os policiais que ficarem. No policiamento, temos mil policiais (em Santa Maria), acima da média. Temos um policial para cada 280 habitantes. Tiraremos 25% do efetivo. São 250 policiais da polícia montada e do BOE. Não é mais do que vai para a Operação Verão – afirmou o secretário da Segurança, Airton Michels.

De fato, cidades e regiões com melhores índices de policiamento cederão mais policiais para a Copa. Regiões como Serra, Vale do Sinos e Norte devem enviar um número menor de agentes. Ainda assim, o presidente da Associação de Cabos e Soldados quer reunir-se com o comando da corporação para pedir informações.

– O colega que fica no Interior estará sem outro colega para ajudá-lo. Estamos vendo se o brigadiano vai dobrar serviço, se vão diminuir postos ou turnos. Outra preocupação é o alojamento, em Porto Alegre, para os que virão – afirma Leonel Lucas.

Subcomandante-geral da BM, o coronel Silanus Mello sustenta que existe monitoramento de cidades com potencial de protestos no interior gaúcho, como Santa Maria, Caxias do Sul e Passo Fundo. E garante que os municípios não estarão descobertos:

— Será a mesma da Operação Golfinho. Levamos quase 2 mil para o Litoral, agora vamos trazer para Porto Alegre. E os batalhões de operações especiais são uma tropa de reserva.

Os quase 3 mil policiais que trabalharão no Mundial serão divididos em dois grupos. Metade formará o Batalhão Copa e atenderá uma espécie de eixo do Mundial: desde o entorno do Beira-Rio, áreas oficiais de estacionamento, rota protocolar da Fifa, shoppings, rede hoteleira, fan fest, Acampamento Farroupilha e pontos turísticos até a rodoviária e o aeroporto.

Já a outra metade vai integrar o Batalhão Especial de Pronto Emprego (Bepe), força especial que ficará de prontidão em dias de jogos para o caso de protestos ou incidentes graves. Em dias sem partidas, essa equipe deve auxiliar no policiamento de outras áreas da Capital ou fazer cursos de aperfeiçoamento.

A área que mais cederá profissionais para o evento será a Academia de Polícia Militar, com integrantes dos cursos de formação de sargentos e de oficiais.

– É uma tropa com pré-qualificação diferenciada, para atender a demanda de torcedores vip, imprensa internacional e hotéis – explica o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e subcomandante do Batalhão Copa, tenente-coronel André Luiz Córdova.

*Colaborou Lizie Antonello

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