Servidores de 40 municípios podem iniciar 2015 sem plano de saúde

Crédito: Divulgação
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O IPE deve elevar a contribuição para 22% e os municípios pedem mais tempo para negociar

O Instituto de Previdência do Estado (IPE) deve aumentar em 1º de janeiro os valores dos planos de saúde de 40 cidades do Estado, o que poderá ocasionar o rompimento de contratos. Segundo a Federação das Associações do Municípios (Famurs), o IPE descumpriu o acordo, firmado em abril, para manter a negociação sobre o reajuste da cobertura médica.

A elevação da contribuição pode saltar para 22% do salário de um servidor. Por exemplo, se um funcionário recebe R$1 mil, poderá passar a pagar R$220 por mês para manter o benefício. Hoje, a contribuição média é de 11% (R$110, no mesmo exemplo), sendo que a metade é paga pela Prefeitura. Segundo o presidente da comissão de prefeitos que negocia o aumento dos planos do IPE, Ildo Salaberry, os municípios precisam de mais tempo para se adequar ao reajuste. Entre os atingidos pela elevação dos contratos estão Catuípe, Guaíba, Ibiaçá e Sobradinho.

No município de Ibiaçá, 140 servidores são beneficiados pela cobertura do IPE. Porém, o prefeito acredita que os funcionários poderão começar o próximo ano sem plano de saúde, já que a alíquota vai passar de 15% sobre os vencimentos para 22%. O chefe do Executivo, Ulisses Cecchin, acrescenta que não foi apresentado pelo IPE um extrato das despesas relativas aos atendimentos médicos. “Depende também da nova direção do IPE, se vão prorrogar a discussão dos contratos. Essa alíquota não pode subir tanto e precisamos saber a origem de tantas despesas”, ressalta.

Um relatório do Tribunal de Contas do Estado mostra que o governo estadual tem um déficit de R$3,4 bilhões com o IPE, referente à contrapartida do Executivo sobre os planos de saúde dos servidores estaduais. Há ainda problemas relativos à falta de controle dos atendimentos prestados. Por outro lado, o IPE revelou que há muitos contratos desatualizados com as prefeituras.

A direção do IPE foi procurada pela reportagem, mas ninguém se pronunciou.

Fonte:Samantha Klein/Rádio Guaíba