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Aprovados em concurso para Polícia Civil iniciam vigília em frente ao Piratini. Sindicato fala em “retrocesso inaceitável”

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Aprovados em concurso para Polícia Civil iniciam vigília em frente ao Piratini. Sindicato fala em “retrocesso inaceitável”

Por Filipe Castilhos/Sul21Marco Weissheimer

Os concursados aprovados no último concurso para a Polícia Civil gaúcha iniciaram uma vigília na manhã desta segunda-feira (12), em frente ao Palácio Piratini, para cobrar do governador José Ivo Sartori (PMDB) a convocação imediata dos candidatos aprovados. No dia 26 de dezembro, o então governador Tarso Genro autorizou a convocação de 650 policiais civis para iniciar o treinamento preparatório para a atuação nas delegacias. O novo governo publicou um decreto, na semana passada, suspendendo novas contratações. “Começamos hoje essa vigília e vamos intensificar a mobilização nos próximos dias. Queremos que o governo chame os 650 candidatos aprovados para iniciar o curso na Academia de Polícia. O custo para esse treinamento é muito baixo. A bolsa durante o treinamento, que dura de seis a sete meses, é de R$ 1.400,00”, disse Isaac Ortiz, presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm).

O sindicato já solicitou audiência com o secretário estadual da Segurança, com o chefe da Casa Civil e com o próprio governador José Ivo Sartori para tratar do tema. “Nós queremos que todas as áreas da segurança pública entrem no guarda-chuva da excepcionalidade mencionada pelo próprio governador. A segurança não pode ser vista como um custo, mas sim como um investimento”, acrescentou Ortiz.

Para Isaac Ortiz, a confirmação dos cortes de horas extras e da suspensão da nomeação dos aprovados no concurso representará um retrocesso inaceitável. Foto: Filipe Castilhos/Sul21

O presidente do sindicato alertou ainda para o impacto do corte das horas extras para os policiais civis. As delegacias de homicídios, exemplificou, trabalham 24 horas por dia, o que exige o pagamento de horas extras. Além disso, citou o trabalho dos servidores terceirizados como fundamental para o funcionamento das delegacias. No governo Yeda, esses trabalhadores ficaram três meses sem receber e os policiais chegaram a fazer vaquinhas para ajudá-los. Para Isaac Ortiz, a confirmação dos cortes de horas extras e da suspensão da nomeação dos aprovados no concurso representará um retrocesso inaceitável.

O Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul (Sindasseio) advertiu que podem ocorrer até 20 mil demissões entre prestadores de servidores com a suspensão dos pagamentos por 180 dias. Segundo o diretor-executivo do Sindasseio, Sérgio Almeida, só no Palácio da Polícia há hoje 650 trabalhadores que garantem serviços básicos no local, sob contratos terceirizados.

Fábio Castro: As pessoas que fizeram o concurso estão num limbo, pois não sabem se serão chamadas e não podem trabalhar em outro local (Foto: Filipe Castilhos/Sul21)

Na manhã desta segunda, representantes de concursados de várias partes do Estado iniciaram a vigília em frente ao Piratini, que prosseguirá nesta terça, cobrando do governo a convocação dos aprovados. “Vamos intensificar essa mobilização. O novo governo assumiu e até agora não teve nenhum encaminhamento para essa questão dos novos policiais. As pessoas que fizeram o concurso estão num limbo, pois não sabem se serão chamadas e não podem trabalhar em outro local”, observou Fábio Castro, vice-presidente do sindicato. Ele enfatizou a disparidade existente entre o baixo número de efetivos – em torno de 5.300 servidores – e as crescentes demandas na área da segurança.

“O governo passado empossou 1.400 novos servidores, o que não foi suficiente, porém, para resolver o problema do efetivo. Há cidades que trabalham com apenas um servidor. A segurança pública é hoje uma das principais preocupações da população, o que por si só justifica a necessidade urgente da convocação dos aprovados no último concurso.”

SUL21