BM pode convocar até 650 PMs aprovados em concurso

Secretário Giovani Feltes deu sinalização positiva e garantiu que o decreto de Sartori permite flexibilização

O Comandante-Geral da Brigada Militar, Alfeu Freitas, confirmou que pode chamar até 650 policiais militares aprovados em concurso para formação em escolas da Brigada Militar. O total corresponde a parte dos dois mil aprovados na seleção. Do montante, 500 podem ser formados como policiais militares e 150 como bombeiros. A definição ocorreu após um encontro na Secretaria da Fazenda, que considerou a hipótese de flexibilizar o decreto de contenção de custos para o policiamento ostensivo. O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, deu sinalização positiva e garantiu que o decreto de Sartori permite exceções.

De acordo com Freitas, a medida ainda não atende o pleito da associação da categoria, da própria corporação e da sociedade, de ver sanado o déficit no setor. Ele confirmou, porém, que a intenção do governo é formar os dois mil PMs, mas de forma gradual, conforme a capacidade técnica e de espaço físico.

Também ficou acertado que a determinação de reduzir em 60% as horas extras e em 75% o número de diárias, em comparação com o mesmo período do ano passado, deve preservar a Brigada Militar e a Operação Golfinho. Freitas assegurou o efetivo que fizer horas além do expediente vai receber pelo trabalho. O governo também estima que, cortando as diárias em outros setores, possa preservar os repasses para quem participa do reforço de policiamento no litoral.

Pela manhã, Freitas realizou um visita cortesia à sede da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar e aproveitou para tranquilizar a categoria. Ele adiantou que a convocação dos dois mil aprovados já é debatida internamente no governo. O comandante também recebeu pedido de qualificação do quadro de soldados a partir da exigência de ingresso com curso superior, além de isonomia com o início de carreira na Susepe e Polícia Civil.

Sindicalistas da Polícia Civil conseguem audiência

Já os sindicalistas da Polícia Civil conseguiram agendar audiência, amanhã, com o chefe de Polícia, Guilherme Wondracek, que estima em R$ 6 milhões o custo para a formação de 650 aprovados excedentes no último concurso. O presidente da Ugeirm Sindicato sustenta que economia na segurança pública gera insegurança na sociedade e aumento da violência.

Isaac Ortiz lembrou que os sindicalistas da corporação foram os primeiros a chamarem a atenção sobre a excepcionalidade determinada no decreto de Sartori. “Nós fomos os primeiros a alertar sobre esse item, que já está sendo explorado pela Educação, e queremos convencer o governo sobre a necessidade de mantê-lo na segurança pública permitindo o ingresso deste contingente de policiais. A violência já esta aí e estes policias vão ajudar a suprir nossas necessidade no trabalho”, argumentou.

Outro receio é em relação à manutenção de contratos com empresas terceirizadas e prestadores de serviços em delegacias. “Nós precisamos da continuidade da compra de produtos de higiene e serviços de limpeza nas delegacias. Fora isso, precisamos de papel e demais materiais para manter o expediente diário”, concluiu Ortiz.

A categoria também quer ter um encontro com o secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini. O secretário e o chefe de Polícia também estiveram na Fazenda e foram comunicados sobre a possibilidade de flexibilizar as negociações com a categoria.

Fonte:Voltaire Porto/Rádio Guaíba