Cerca de 400 aprovados em concurso, nomeados pelo ex-governador Tarso Genro, seguem aguardando curso de formação
O último ato de Tarso Genro como governador foi o de nomear 400 agentes penitenciários para a Susepe. Esse efetivo, porém, segue desqualificado. Até agora os novos servidores não receberam o curso de formação e, no começo do próximo mês, já vão receber salários, mesmo sem trabalhar diretamente no sistema prisional. Em média, o salário de um agente da Susepe é de R$ 2,5 mil. O pagamentos dos 400 servidores parados representa custo de R$ 1 milhão por mês.
A falta de servidores na Susepe força situações de desrespeito a regras básicas de segurança que devem ser adotadas pela categoria. Entre elas, a recomendação de pelo menos dois agentes para cada preso durante escolta para audiência na Justiça ou atendimento em hospitais, por exemplo.
O alerta é da Amapergs, sindicato que representa os agentes. O dirigente Cristiano Fortes explica: “Neste último final de semana houve uma situação de apenas um agente para conduzir quatro presos perigosos da Penitenciária de Charqueadas. Os riscos são de fugas e até de assassinatos provocados por rivais destes apenados”, revelou.
O pedido é de que o grupo nomeado seja formado rapidamente para auxiliar nos serviços e também para evitar desperdício do dinheiro público. “Estes 400 servidores já foram nomeados e estão no direito de receber os salários, como vai acontecer. Só que como não estão habilitados para a profissão, não podem trabalhar e vão ganhar os vencimentos ficando em casa”, alertou.
A Casa Civil agendou um audiência, no começo de fevereiro, para ouvir as reivindicações da categoria. Já a Susepe rebate a denúncia assegurando que o curso de formação vai começar a ser ministrado, até o fim de janeiro, e que os agentes aprovados em concurso estão trabalhando, ainda que em setores administrativos da Superintendência.