Impacto da sanção do governador será de R$ 130 milhões aos cofres do Estado

Governador terá aumento de quase 46% | Foto: Vinicius Roratto / CP Memória
Governador terá aumento de quase 46% | Foto: Vinicius Roratto / CP Memória

Reajuste do Executivo, Legislativo e Judiciário foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial

Será de pouco mais de R$ 130 milhões o impacto financeiro em 2015 dos reajustes nos subsídios do governador, vice, secretários, deputados e membros do Judiciário. Os números referentes ao Executivo e ao Legislativo (R$ 5,5 milhões) foram divulgados no final da manhã desta sexta-feira pela Secretaria da Fazenda. Aqueles do Judiciário constam nos projetos enviados e aprovados pela Assembleia Legislativa no final do ano passado. A assessoria do Tribunal de Justiça confirmou na tarde desta sexta um impacto de R$ 63 milhões nas contas do Estado em 2015. A do Ministério Público, de R$ 33 milhões. Os cerca de R$ 30 milhões restantes correspondem aos reajustes concedidos na Defensoria Pública, no Tribunal de Justiça Militar e no Tribunal de Contas do Estado.

reajuste dos subsídios foi sancionado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) na quinta-feira e publicado no Diário Oficial desta sexta, causando reação negativa imediata de diferentes segmentos da sociedade, uma vez que o Executivo tem reiterado a necessidade de cortes nas despesas. A estratégia do governo estadual, de mais uma vez tentar se abster de responder publicamente pelo ato, fez engrossarem as críticas. As decisões foram publicadas no momento em que o governador, pelo segundo dia consecutivo, viaja pelo interior para aberturas de colheitas e rodeios e, sorridente, posa para fotos usando acessórios ou participando de ações típicas dos eventos, como amassar uvas com os pés ou jogar milho para o alto.

Além de Sartori, também está afastado do centro do governo o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, que viaja em férias pelo exterior. Por determinação do governador, somente o líder do governo na Assembleia, deputado Alexandre Postal, responderia sobre o tema. Postal fez o que pode. Lembrou que o governador chegou a pensar em vetar o próprio reajuste e o do vice, mas, na reunião de quinta com a base, acabou chegando a conclusão de que a ação seria uma demagogia. “Chegou-se a conclusão de que tinha que sancionar e pronto”, resume o parlamentar.

O deputado considerou ainda que deveria haver um movimento nacional para que os aumentos dos subsídios de integrantes do executivo e Legislativo acontecessem anualmente, e de acordo com os índices de inflação. “O reajuste de quatro em quatro anos só nos causa prejuízo porque parece sempre muito alto. Quem recebe um salário baixo, é claro que vai saber da notícia e colocar seu sentimento em uma rede social.”

Apesar do desempenho de Postal, a estratégia de colocar um deputado para responder pelo Executivo naufragou em poucas horas, deixando a impressão de que o governo não tinha como justificar a decisão. O Piratini acabou lançando uma nota oficial para esclarecer a sanção aos projetos. E Sartori se viu obrigado a fazer uma manifestação à imprensa em Horizontina, onde participa da abertura da colheita do milho.

CORREIO DO POVO