Pai e filho salvam vidas na mesma guarita em Torres

Os dois atuam no posto de número 10 na Praia da Cal, em Torres | Foto: Samuel Maciel
Os dois atuam no posto de número 10 na Praia da Cal, em Torres | Foto: Samuel Maciel

Atuação em família não é inédita, mas rara nos 45 anos da Operação Golfinho

O sorriso abre fácil quando o sargento Antônio Carlos Oliveira da Silva fala sobre os filhos. Os dois decidiram seguir a profissão do pai. Há 18 anos atuando como salva-vidas durante a Operação Golfinho, o bombeiro de Sapiranga tem um motivo especial para comemorar esse ano. Desde o primeiro dia de 2015, Antônio tem o filho mais velho, o soldado David Antônio Olkoski, de 28 anos, como colega de guarita. Os dois atuam no posto de número 10 na Praia da Cal, em Torres.

O filho mais novo de Antônio, o soldado Guilheme André Olkoski, de 22 anos, também bombeiro, pretende atuar no salvamento aquático na próxima temporada. “Eles poderiam escolher outra profissão, mas escolheram seguir a minha. Isso me enche de orgulho”, afirma o sargento. A dupla une o que a coordenação de salvamentos busca mesclar: a agilidade dos mais novos ao conhecimento dos mais velhos.

David já salva vidas no mar há oito anos. Assim como o pai, sempre escolheu Torres para trabalhar durante o verão. Nas primeiras temporadas em que participou da Operação, ficou baseado em uma guarita de menor risco, em Estrela do Mar, que pertence a Torres. Há quatro anos, assumiu o posto na praia da Cal e agora tem o pai como companheiro. 

“Geralmente os novatos começam pelas guaritas de menos índice de incidência e com menor movimento”, explica o major Julimar Flores, chefe de operações dos salva-vidas da Operação Golfinho dessa temporada. Quando estão em serviço, pai e filho se tratam pelas patentes e nomes utilizados na corporação. “Quando ele está de serviço, o chamo de Olkoski. Em casa, ele é o David”, afirma Antônio. O filho garante que aprendeu muito sobre salvamentos com o pai antes mesmo de começar a trabalhar como salva-vidas. “É um trabalho entre colegas, que a gente não distingue pelo parentesco. Somos essenciais um ao outro durante o trabalho”, opina.

Em 45 anos de Operação Golfinho, casos como esse são raros, mas não inéditos. “Mas essa circunstância de um filho que seguiu a carreira do pai e atua junto com ele no salvamento aquático não é algo que ocorre todos os dias”, confirma o major Flores. Segundo ele, há também um casal trabalhando na mesma guarita em Xangri-Lá desde 19 de dezembro, data de início da operação nesse verão.

Correio do Povo