Três semanas depois de assumir o cargo de secretário da Segurança Pública, o delegado Wantuir Jacini acaba de completar a equipe e começa a implantar o plano de ação para combater a criminalidade no Estado. A palavra de ordem é inteligência para compensar a falta de recursos.
Para driblar a falta de recursos, que impede a nomeação de mais policiais, Jacini está disposto a comprar a briga iniciada por seu antecessor e rever a utilização da Brigada Militar na segurança de eventos privados, o que inclui os jogos de futebol. Se depender do secretário, a Brigada se encarregará do entorno, mas dentro do campo – assim como em shows e outros eventos – a segurança será privada, como foi na Copa do Mundo:
— Na Europa e nos Estados Unidos, a força pública não faz policiamento em estádios.
A situação dos presídios, que hoje formam criminosos em vez de ressocializá-los, está no topo das preocupações do secretário. Para evitar a reincidência, a receita é a mesma que aplicou com sucesso em Mato Grosso do Sul: trabalho e educação. Além do investimento em presídios que ofereçam condições para o preso trabalhar ou estudar, o secretário terá de fazer um esforço de convencimento dos empresários de que vale a pena usar a mão de obra dos detentos. Com a transferência de parte dos presos do Central para Canoas, esse projeto começa a ser posto em prática.
Com as limitações orçamentárias para construir novos presídios, o Central deverá ser mesmo mantido como cadeia para os cerca de 2 mil presos provisórios, mas os condenados serão removidos nos próximos meses para prédios recém concluídos. Jacini não vende ilusões: não há como esvaziar o Central e deixar Porto Alegre sem um presídio. Estudos técnicos dirão quais pavilhões podem ser reformados para abrigar os remanescentes em condições mais dignas do que as atuais.
Hoje à noite, Jacini será entrevistado no Conversas Cruzadas, da TVCOM, com os chefes da Brigada Militar, da Polícia Civil, da Susepe e do Instituto-Geral de Perícias.
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