Abamf aponta déficit de pelo menos 10 mil PMs no RS

PMs na Capital. Foto: Divulgação Governo RS
PMs na Capital. Foto: Divulgação Governo RS

Atualmente, BM tem 24.909 policiais

O déficit atual da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros no Rio Grande do Sul, conforme a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), que representa os cabos e soldados, é de 10 mil homens. Dados disponíveis na Central de Informações do governo do Estado apontam um efetivo de 24.909 policiais militares.

Segundo o presidente da entidade, Leonel Lucas, nos últimos anos, muitos PMs fizeram concursos para a Polícia Civil e Susepe, devido ao fato de os salários serem mais altos. Também ocorreram aposentadorias. Com isso, atualmente, há 22 mil policiais militares no Estado, de acordo com a Abamf.

Com o quadro oficial de 24.909 policiais, o número representa, em 2014, um agente de segurança pública para cada 450 moradores no Estado. Em 1994, o efetivo era de 29 mil policiais. Conforme a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a população gaúcha, na época, era de 9.439.415. Ou seja, a população cresceu 18% de 1994 até hoje e o efetivo na corporação sofreu redução de 13%. O efetivo ideal, em um cálculo de 1997, era de 34 mil PMs. Hoje, seriam 36 mil, segundo a Abamf. Se o número ideal, previsto por Lucas, fosse cumprido, haveria um policial para 311 habitantes.

Se os dados se confirmassem, o déficit atual chegaria em 14 mil policiais. Lucas salienta que a falta de efetivo gera insegurança até mesmo para os PMs. Ele acredita que, para resolver o impasse, o governo deveria investir na contratação de servidores e, também, manter o pagamento das horas extras.

A gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB) decidiu cortar gastos em diversos setores. O sub-comandante geral da Brigada Militar, Paulo Stocker, disse em entrevista coletiva, que a corporação recebeu autorização para utilizar as horas, mas sem exageros.

Segundo Lucas, o corte fez com que ocorresse uma diminuição de PMs nas ruas. O fato, na opinião dele, gera insegurança para a comunidade. Os oficiais também apontam um déficit no efetivo. Conforme o presidente da Associação dos Oficiais da BM, Marcelo Frota, é necessária a manutenção de uma política de valorização.

Frota destacou que o governo Tarso Genro abriu turmas para oficiais e que o investimento em comandantes reduz custos até mesmo com a folha, porque os representantes da corporação ampliam a função de inteligência e organização do policiamento. Com organização, as horas-extras são reduzidas.

O especialista em Segurança, Enor Almeida, ressalta que é importante a população saber do déficit do efetivo. Segundo Almeida, os gaúchos têm que tomar cuidado e evitar dar munição para os bandidos, como, por exemplo, não colocar informações de posicionamento em redes sociais ou andar com a bolsa aberta.

Fonte:Jerônimo Pires/Rádio Guaíba