Mais de 1,5 mil resgates foram realizados desde 20 de dezembro
A Operação Golfinho de 2015 já apresenta aumento de 20% no número de salvamentos em relação a toda a edição do ano passado, mesmo faltando quase duas semanas para o fim da ação da Brigada Militar, prevista para terminar no dia 2 de março. Do dia 20 de dezembro do ano passado até a última segunda-feira (16/02) foram 1.545 salvamentos de banhistas, contra 1.394 salvamentos no período de 21 de dezembro de 2013 a 9 de março de 2014, quando terminou a operação.
Conforme o chefe das Operações dos Salva-Vidas da BM, major Fortes, o número de vítimas fatais aumentou exponencialmente neste ano. São nove mortes até agora e duas pessoas desaparecidas, um jovem em Cidreira e outro em Xangri-Lá, que ainda não foram localizados. Na edição anterior foram quatro mortes.
O major atribui o aumento de salvamentos e mortes a diversos fatores, principalmente às condições adversas do mar neste ano. “A morfologia marinha está um pouco diferente por conta do vento e das fortes correntes marinhas, que mudam a condição de fundo do mar”, explica. Conforme o militar, a corrente de retorno e os buracos na costa marítima criam verdadeiras armadilhas aos veranistas, que muitas vezes veem a água morna e transparente e o mar sem ondas e imaginam que as condições são perfeitas para o banho, mas na verdade não são. Ele disse que muitos salvamentos são feitos nessas condições de mar. Outro dado desse levantamento indica que os jovens entre 11 e 20 anos integram a faixa etária com o maior risco de afogamentos. Estatisticamente o horário entre as 16h e as 19h é o que concentra o maior número de afogamentos.
O major destacou que neste ano as ações preventivas adotadas pelos salva-vidas, como o uso do apito na beira do mar para avisar sobre a balneabilidade e as bandeiras indicativas sobre as condições do mar ajudam a conscientizar as pessoas que estão na praia. Somente na última segunda-feira de Carnaval foram 111 ocorrências de salvamentos, com os maiores números de casos nas praias de Quintão (18), Cidreira (14), Nova Tramandaí (14), Tramandaí (12) e Torres (8).
No Litoral Sul foram cinco salvamentos e em águas internas outros dois. Apesar do intenso trabalho da corporação, o número de mortes por afogamentos preocupa o Corpo de Bombeiros, pois a maioria das vítimas é de jovens que entram nas águas em áreas onde não há cobertura dos salva-vidas. A concentração de oficiais e voluntários acontece em 89 balneários, praias e municípios com águas internas.
O major Fortes adianta que a operação deve se manter até o feriado de Páscoa no Rio Grande do Sul com número reduzido de salva-vidas. Durante o Carnaval os campeões em salvamentos foram Capão da Canoa e Torres, com 220 ocorrências cada e as mortes por afogamento neste verão ocorreram em Cidreira, Nova Tramandaí, Imbé, Quintão, Barra do Ribeiro, Tapes, Tramandaí, Xangri-Lá e Mostardas.
Correio do Povo