BM mantém barreiras no entorno de fazenda invadida pelo MST em Tapes

Barreira serve para evitar a entrada de armas na fazenda | Foto: André Ávila
Barreira serve para evitar a entrada de armas na fazenda | Foto: André Ávila

Grupo já foi notificado sobre a liminar de reintegração de posse da área

A Brigada Militar (BM) mantém três barreiras no entorno da fazenda Guerra em Tapes para evitar a entrada de armas na ocupação do MST. Na semana passada, o movimento foi notificado sobre a liminar de reintegração de posse da área. No entanto, a BM aguarda efetivo para cumprir a decisão. “Estamos realizando atividade preventiva de identificação de veículos”, disse o responsável pelo 30º BPM, Marcelo Nunes Ferreira. Ele não divulgou o número de policiais necessários para entrar na área. Na quinta-feira, um homem foi pego com uma pistola na região e levado à delegacia para dar explicações. “Em princípio, não tinha relação com o movimento, mas havia irregularidade”, declarou.

Segundo Ferreira, o final de semana transcorreu pacífico, sem conflitos. Todos os dias, muitas pessoas do movimento saem do acampamento para comprar mantimentos ou para trabalhar. A estimativa é que haja de 1,5 mil a 2 mil pessoas no local.

Na fazenda, ninguém do MST quis se manifestar. O grupo estava reunido nesta segunda-feira no portão com faixas e bandeiras. O coordenador estadual do MST, Ildo Pereira, pretende marcar reunião no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) esta semana para analisar a situação das famílias e da área.

Apesar de a ocupação ficar distante da zona urbana, quem vive na cidade observa movimentação, principalmente de carros da polícia. O trabalhador rural Aldo da Costa Bandeira, 60 anos, mora no Corredor Camélia, que é um dos caminhos para chegar à fazenda. Ele contou que foi criado em Tapes e disse que as lavouras foram substituídas pelo eucalipto. “Antes aquela fazenda era dos Vieira de Aguiar e tinha criação de gado. Hoje só tem eucalipto e não tem onde plantar para comer. Eu apoio o movimento deles. Já estive em ocupação do MST”, declarou.

CORREIO DO POVO