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Estudantes do Protásio Alves protestam pela terceira vez e pedem segurança

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Estudantes do Protásio Alves protestam pela terceira vez e pedem segurança
Com cartazes, estudantes reivindicaram por mais segurança Foto: Adriana Franciosi/Agencia RBS
Com cartazes, estudantes reivindicaram por mais segurança Foto: Adriana Franciosi/Agencia RBS
Com cartazes, estudantes reivindicaram por mais segurança
Foto: Adriana Franciosi/Agencia RBS

Alunos, pais e professores bloquearam a Avenida Ipiranga após um colega ter sido esfaqueado na quarta-feira

A violência nas proximidades do Colégio Protásio Alves, bairro Azenha, em Porto Alegre, levou dezenas de estudantes a bloquear a Avenida Ipiranga nesta quinta-feira pela terceira vez no mesmo dia. As outras manifestações ocorreram pela manhã e à tarde. Às 19h15min, um grupo de alunos foi para a frente da escola para cobrar segurança depois que um colega foi esfaqueado na noite da última quarta-feira, quando deixava a aula.

— Não queremos mais segurança, porque não temos nenhuma. Então, não existe o mais. Queremos segurança — disse a diretora do Colégio Protásio Alves, Ana Maria de Souza.

Denner Centeno, 18 anos, foi esfaqueado na altura do coração quando deixava o colégio. De acordo com um colega, ele foi atacado ao reagir a um assalto. O estudante passou por cirurgia de emergência e está internado em estado grave na UTI do Hospital de Pronto Socorro, com lesão no ventrículo. Ele ficará na UTI por pelo menos 48 horas para drenar o sangue e certificar que outros órgãos não foram atingidos.

Com o protesto, o trânsito ficou congestionado no começo da noite em Porto Alegre e irritou alguns condutores. Em resposta aos buzinaços dos motoristas, estudantes, pais e professores gritaram “imagina se fosse o teu filho”. Conforme a Brigada Militar e a Empresa Pública de Transporte e Circulação, não houve conflito.

No entanto, um carro com placas de Passo Fundo furou o bloqueio no cruzamento das avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, gerando confusão. Os manifestantes caminharam pela Ipiranga até a Azenha, e retornaram no sentido contrário.

Estudantes reclamam da violência

Durante os protestos, estudantes relataram que o ataque a Centeno não é um caso isolado. Shirley Rosa, 16 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio, calcula que foram 15 assaltos a estudantes nos últimos 20 dias:

— Acontece em qualquer horário, até ao meio-dia. A gente evita andar sozinho, anda em grupo, sai do ônibus correndo pro colégio.

No entanto, apenas cinco roubos a pedestres foram registrados no mês de julho pelo 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) entre as avenidas Erico Verissimo e Ipiranga e a Rua Marcílio Dias. O jovem foi atacado próximo da Rua Lima e Silva.

Situação semelhante é relatada pela diretora, Ana Maria de Souza, que contou mais de 50 assaltos em horários de entrada ou saída desde o início do ano. Há alunos com baixa frequência e correndo o risco de perder o estágio, segundo ela, porque estão com medo de ir à escola. De acordo com informações do 1º BPM, foram registrados de janeiro a julho ao menos 15 roubos – nenhum em janeiro e fevereiro, período de férias. A região também é atendida pelo 9º BPM.

Gabriel Paz, 17 anos, que frequenta as aulas do 2º ano, relata que, há três semanas, estava indo para a aula por volta das 7h da manhã, quando sofreu um ataque:

— Dois homens pediram dinheiro para passagem. Eu dei R$ 5 e me virei, quando minha colega me alertou, estavam vindo com uma faca para cima de mim. Corri para o colégio e consegui fugir.

Em reunião com  professores e alunos, a BM comprometeu-se a realizar ações para reduzir ataques de assaltantes no entorno e para prender o homem que atacou o jovem. Cesar Carrion, titular da 2ª Delegacia de Polícia do Menino Deus, não descarta a hipótese de que o criminoso seja morador de rua, de acordo com relato do amigo que acompanhava Centeno.

* Colaborou Kyane Vives

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