Oficialmente, o Palácio Piratini não confirma o atraso do pagamento de salários
Em reunião na tarde desta quarta-feira, na sede do Cpers/Sindicato, dirigentes de mais de 40 entidades que representam servidores públicos do Rio Grande do Sul decidiram pela paralisação dos serviços na próxima segunda-feira. A concentração será em frente ao Centro Administrativo, no centro de Porto Alegre, a partir das 8h.
— Realizaremos essa mobilização para demonstrar nosso desagrado e inconformidade. Sem servidor, não há serviço público. Estamos exigindo não apenas salários em dia, mas a defesa do serviço público, que está seriamente ameaçado no momento — disse Sérgio Arnoud, presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs).
Segundo o presidente, há informações de que algumas repartições já teriam recebido a ordem do governo José Ivo Sartori de parcelamento da folha de julho, a ser paga nesta sexta-feira. O teto de corte seria de R$ 1,8 mil líquidos. Quem recebe acima disso, deve ter o pagamento quitado em mais três parcelas ao longo de agosto. Oficialmente, o Palácio Piratini não confirma o atraso dos vencimentos, afirma que aguarda o resultado da arrecadação para definir o pagamento. O anúncio oficial deve ocorrer na sexta-feira.
Depois da mobilização prevista para segunda-feira, sindicatos, centrais sindicais e organizações farão uma caravana pelo Estado. O grupo deverá passar por Pelotas (dia 4), Santa Maria (dia 5), Santana do Livramento (dia 6), Caxias do Sul (dia 11), Passo Fundo (dia 12) e Ijuí (dia 13). Nos municípios, serão feitas plenárias nas praças centrais para mobilização e paralisação de servidores.
Os trabalhadores prometem ainda uma assembleia geral das categorias no dia 18 de agosto, tendo como pauta a aprovação, ou não, de uma greve unificada a partir daquele dia. Se houver o pagamento de salários integral, as categorias afirmam que não paralisam na segunda-feira.
— No nosso entendimento, o atraso dos pagamentos é o primeiro passo. O segundo é o sucateamento dos serviços. Essa é uma luta de médio a longo prazo. Não é meramente pelos salários, mas para preservar o servidor público. Reuniremos, no mínimo, o dobro de pessoas que a mobilização dos servidores da segurança reuniu neste mês — prometeu Arnoud.
ZERO HORA