ZERO HORA: “Poderemos ter paralisações, sim”, diz representante dos soldados da BM

Servidores da segurança pública cobram do governo do Estado cumprimento de lei que estabelece reajuste salarial até 2018

Um dia depois da manifestação que reuniu 10 mil pessoas em frente ao Palácio Piratini, servidores da segurança pública afirmaram não descartar a possibilidade de greve caso as demandas da categoria não sejam atendidas pelo governo do Estado. Integrantes da Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e Instituto-Geral de Perícias pedem a José Ivo Sartori o cumprimento da lei aprovada na gestão de Tarso Genro para o reajuste de salários até 2018.

— Poderemos ter paralisações, sim, se o governo não agir conosco corretamente — afirmou, nesta manhã, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf), Leonel Lucas, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.

Os servidores da segurança pública também reivindicam a derrubada do Projeto de Lei Complementar (PLC) 206, enviado pelo Executivo à Assembleia. O projeto impede que o governo aprove reajustes que serão pagos pelo sucessor, limita a concessão de aumentos reais a 25% do crescimento da arrecadação, restringe promoções e novas nomeações e inibe a concessão de incentivos e renúncias fiscais.

O presidente do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil (Ugeirm-Sindicato), Isaac Ortiz, diz que o projeto proíbe “uma série de gastos com segurança que precisamos para desenvolver o nosso trabalho”:

— Vamos encaminhar à Casa Civil, até sexta-feira, o que angustia a categoria em relação ao (PLC) 206. Depende da resposta (do governo) a nossa próxima movimentação no futuro.

O secretário chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, reiterou que o governo irá pagar a parcela de novembro do reajuste dos servidores da segurança pública. No entanto, enfatizou que o cenário para 2016 é incerto.

— Seria temerário falar do ano que vem. Nós temos uma LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que ainda precisa ser votada na Assembleia. Nós também temos um cenário não favorável e preocupante para o ano que vem. E os próprios servidores compreenderam que nós temos que tentar vencer etapa por etapa. Fazer uma sinalização que depois não se concretiza seria no mínimo desconsideração aos servidores que se mobilizaram — afirmou.

Ouça, abaixo, as entrevistas no programa Gaúcha Atualidade:

* Zero Hora e Rádio Gaúcha